segunda-feira, abril 12, 2010

Escreva a coisa certa - Guilherme Fiuza

Escreva a coisa certa
Guilherme Fiuza, O Globo, 10/04/10
O ministro dos Direitos Humanos desistiu de comprar uma cama para seu gabinete com dinheiro público.
Abriu mão desse direito sobrehumano.
Mas só desse.
A missão de controlar a verdade, por exemplo, segue firme. Para Lula e seu estado-maior, a verdade é um bem precioso demais para ficar à mercê do homem comum — especialmente se esse homem comum for jornalista. O governo popular não quer cercear a liberdade de imprensa.
Só quer dar uma organizada nessa bagunça de gente escrevendo sobre o que quiser, onde quiser, quando quiser. As pessoas acabam escrevendo “as coisas erradas”, como disse Lula em recente discurso.
É confortante ter um presidente que sabe quais são as coisas certas a serem escritas.
Paulo Vannuchi, o ministro que liberou o contribuinte de fazer sua cama, já avisou: releu diversas vezes seu Programa Nacional de Direitos Humanos e não viu nada contra a imprensa livre. Está sendo sincero.
Vannuchi, Lula e todos os ideólogos petistas da comunicação e da cultura realmente não desejam a censura. Só querem auxiliar a liberdade de imprensa com algumas rédeas, para salvá-la de expressar “as coisas erradas”.
São bem intencionados. Em 1964, os militares também sabiam quais eram as coisas certas para proteger a democracia. E, para que ninguém os tirasse do bom caminho, fizeram a ditadura.
A livre circulação da informação é de fato um perigo, pode virar um antro de mal- entendidos. A morte de Orlando Zapata, prisioneiro político da ditadura cubana, por exemplo. Em três meses de greve de fome, o preso foi morrer logo na chegada de Lula para abraçar Raúl e Fidel Castro. Paulo Vannuchi sintetizou a tragédia: foi muito azar do presidente brasileiro. Para o ministro dos direitos humanos, o problema de Zapata foi virar manchete na hora errada.
Não há quem aguente governar com manchetes tão imprevisíveis.
O presidente prepara com todo carinho o PAC 2, pede a seus cenógrafos para montarem a tal alegoria de 1 trilhão, e lá vem notícia ruim: Marcos Valério terá que devolver 37 milhões de reais ao Banco do Brasil conforme laudo da Polícia Federal mostrando o duto de dinheiro público para o PT. A imprensa é mesmo muito desagradável.
Pessoalmente, Lula é o símbolo máximo da liberdade de expressão no país. Ninguém como ele jamais pôde dizer publicamente tudo que lhe desse na telha de forma tão desinibida.
Comparou presos políticos cubanos com bandidos paulistas, afagou o tarado atômico do Irã, disse que um dia o Brasil será uma democracia como a Venezuela, afirmou que seu governo controlou a inflação, declarou que caixa dois todo mundo faz, ironizou as multas que recebeu por campanha eleitoral fora de hora, e por aí foi.
O povo continuou adorando-o, como a nenhum outro antecessor. Ou seja: ele deve estar dizendo as coisas certas. E decidiu convidar o povo a fazer como ele: não ler jornais.
Ou, pelo menos, duvidar do que lê, do que ouve, do que assiste na mídia. “Fico me deleitando com a distância entre o que vi e o que está escrito”, exclamou Lula, ao empossar seus novos ministros. Uma semana antes, em solenidade do programa Territórios da Cidadania, referiuse às vocações na imprensa para a mentira e a desgraça: “Quando o cidadão (jornalista) quer ser de má-fé, não tem jeito.” O técnico da seleção brasileira, Dunga, tem uma concepção parecida de democracia. Não entende por que os jornalistas perguntam-lhe sobre Ronaldinho Gaúcho, se ele já decidiu não convocá-lo. Lula também já decidiu criar Dilma Rousseff à sua imagem e semelhança, e se incomoda com a imprensa interferindo em sua transfusão eleitoral. Ele já disse ao povo que Dilma é Lula, deveria bastar.
Mas o Plano Dilma vem aí para corrigir esses ruídos, essas linhas cruzadas na comunicação do governo popular com o Brasil. Como avisou o ministro Vannuchi em recente palestra na USP, a mídia “vai ter que entrar na roda” dos sistemas de controle.
Em lugar dessa liberdade bagunçada, conselhos de estirpe estatal farão a distinção entre as coisas certas e as coisas erradas.
Na 2ª Conferência Nacional de Cultura, Lula foi didático. Mostrou como é fácil para os verdadeiros defensores do povo decidir que tipo de conhecimento deve circular.
Ele mesmo sabe o que é melhor para a programação das TVs: “Imaginem se as pessoas, em vez de ficarem vendo aqueles filmes da década de 40, estivessem assistindo a um programa feito ali na sua região, com debate local.” Segundo Lula, assim “este país seria muito mais rico”. Tem razão.
Um país descoberto em 2003 não tem nada que ficar vendo filme dos anos 40.
GUILHERME FIUZA é jornalista. Publicado no jornal O Globo

A Sul América Companhia Nacional de Seguros terá de pagar a uma microempresa de informática a indenização securitária pelo furto de objetos segurados.

STJ – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - 12/04/2010
Cláusula de seguro que limita cobertura de furto tem de ser clara
A Sul América Companhia Nacional de Seguros terá de pagar a uma microempresa de informática a indenização securitária pelo furto de objetos segurados. A seguradora tentou isentar-se do pagamento alegando que o furto foi simples e que o contrato cobre apenas furto qualificado. A Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não acatou o argumento da Sul América, por entender que a cláusula contratual que previa cobertura somente para furto qualificado não era clara, violando o Código de Defesa do Consumidor (CDC).  Depois de ser condenada em primeira e segunda instâncias, a Sul América recorreu ao STJ, sustentando que a empresa de informática não se enquadra no conceito de consumidor e insistindo na validade da cláusula que previa cobertura apenas de prejuízos decorrentes de furto qualificado. A seguradora alegou que ninguém pode deixar de cumprir a lei a pretexto de desconhecê-la, razão pela qual “pouco importa se a população em geral não sabe diferenciar furto de furto qualificado ou roubo”.  O relator, ministro Luis Felipe Salomão, ressaltou que o CDC abarca expressamente, no seu artigo 2º, a possibilidade de pessoas jurídicas figurarem como consumidores. Como a microempresa contratou os serviços da seguradora para proteção de seu patrimônio contra incêndio, danos, roubo e furto, o relator constatou que a destinação do seguro é pessoal para a contratante e não para seus clientes, circunstância que caracteriza a empresa como consumidora. Os artigos 6º, inciso III, e 54, parágrafo 4º, do CDC estabelecem que o consumidor tem direito à informação plena do objeto do contrato, garantindo não apenas a clareza física, com destaque das cláusulas limitativas, mas também clareza semântica, para evitar duplo sentido. Segundo o ministro Salomão, o esclarecimento contido no contrato sobre a abrangência da cobertura – reproduzindo, em essência, a letra do artigo 155 do Código Penal – não satisfaz as exigências do CDC quanto à clareza das cláusulas limitadoras. O relator afirmou no voto que se mostra “inoperante a cláusula contratual que, a pretexto de informar o consumidor sobre as limitações da cobertura securitária, somente o remete ao texto da lei acerca de tipicidade do furto qualificado, cuja interpretação, ademais, é por vezes controvertida até mesmo no âmbito dos tribunais e da doutrina criminalista”. Ao negar conhecimento ao recurso e manter a condenação da Sul América, o ministro Salomão observou que nem mesmo os prepostos da seguradora possuíam conhecimento suficiente acerca da distinção entre furto simples e qualificado. “Indagados sobre o tema, responderam, em síntese, que ‘no furto qualificado há vestígios, o que não há no furto comum’”. Todos os ministros da Quarta Turma acompanharam o voto do relator.

Coordenadoria de Editoria e Imprensa

Chega de preconceito religioso contra os evangélicos! Aprendam a discernir!

Carta aberta ao blog "Um que Tenha" (e à mídia brasileira)
por Sérgio Pereira e Marivone Lobo
 Em janeiro deste ano resolvemos colocar em prática o que alguns músicos e bandas têm feito: disponibilizar gratuitamente o álbum na internet para divulgação. Estamos surpresos com o resultado. Enquanto finalizamos esse texto de introdução, demos uma olhada no contador do 4shared onde está hospedado o CD e temos mais de 1.800 downloads em 60 dias! Apoiados em vários blogs, sites e amigos, tentamos o formato e estamos satisfeitos.
Reparamos que alguns evangélicos têm dificuldade com nosso trabalho por considerá-lo “secular” demais (já devolveram CD dizendo isso...); por outro lado já nos impediram de tocar em programações de rádio FM (não cristã) pelo fato de termos músicas com letra religiosa; e assim vamos apanhando de todo lado.
Ao tentar colocar o CD no blog “Um que Tenha”, onde estão disponibilizados milhares de trabalhos da música brasileira, tomamos um sonoro “talvez” (que depois se tornou silenciosamente “não”)! Por que? Devido à “conotação religiosa” do CD, segundo explicou “Fulano Sicrano” (como se autodenomina), o administrador do blog.
Gostaríamos de saber se também seríamos impedidos em rádios, blogs, TV e no restante da mídia por cantar músicas sobre deuses de outras religiões... Ademais, será que alguém teria a coragem de boicotar alguma musica hoje por ter “conotação sexual”? Ora, a prescrição jurídica do preconceito sexual e étnico está na mesma lei do preconceito religioso. Então é legal o preconceito religioso, mas não o sexual ou até étnico?
Resolvemos escrever uma carta, primeiramente “privada”, mas, como não obtivemos resposta (ela foi enviada há quase dois meses e o Fulano disse que não sabe quando vai responder), disponibilizamos aqui não como forma de pressão para que nosso CD seja incluso na coletânea (não esperamos mais isso), mesmo porque o espaço de um blog é privado, mas como voz de muitos outros que sofrem o mesmo tipo de preconceito contra sua arte, independente da qualidade que possa ter.
Antes de tornar pública a carta, várias pessoas nos incentivaram a fazê-lo, dentre elas, músicos, teólogos, sociólogos e editores de expressão no cenário protestante brasileiro. Portanto, a carta deixou de ser dirigida simplesmente ao Fulano e seu blog e sim à mídia, pois entendemos que a discussão é maior...
Ribeirão Preto, 29 de janeiro de 2010.
Carta ao Fulano Sicrano (blog “Um que Tenha”):
Não sei se você já ouviu nosso trabalho Baixo e Voz. Será uma honra para nós tal escuta, vindo de uma pessoa que tem contribuído tanto para a discografia brasileira na forma digital, resgatando valores esquecidos por uma maioria e mostrando novos talentos abandonados pela grande mídia.
Escrevemos devido a uma frase sua, quando solicitamos a colocação de nosso CD “Viagens de Fé” no blog "Um que Tenha": ‘Se não tiver conotação religiosa, coloco com certeza!’. Confessamos: ficamos “cabrêros”...
Por que entendemos que é importante termos nosso trabalho em um blog como o "Um que Tenha"? Porque não gostaríamos que, como músicos que trabalham desde 1995 produzindo música elogiada por Telo Borges, Ian Guest, André Mehmari, Rodolfo Stroeter, Rique Pantoja, Arthur Maia, Nico Assumpção, Wanda Sá, Edu Martins, Adriano Giffoni, Johnny Alf, Jorge Pescara, Nilton Wood, Marcelo Mariano, Fernando Merlino, Vânia Bastos, Fernando Nunes, Léa Freire entre tantos outros músicos de renome, deixemos de ser lembrados nos meios de divulgação como parte da cultura musical deste país simplesmente por cantarmos letras que condizem com nossa opção religiosa.
Milhares de pessoas compraram nossos trabalhos (temos quatro CDs gravados), nos ouviram e assistiram (ao vivo) e sabemos que hoje fazemos parte, de alguma maneira, da história de vida delas. Sim, fazemos parte da cultura brasileira!
Ora Fulano, você sabe que nosso Brasil é feito de varias etnias e diversas religiões. Dentro do protestantismo que professamos, por exemplo, existem diversos “protestantismos”. Religiões são tão intrínsecas ao próprio homem, que não há como separar nosso “eu religioso” de nosso “eu material”. É uma coisa só, do contrário, soaria paradoxal e falso.
Apesar de uma fé católica tupiniquim arraigada, temos milhões de evangélicos hoje no país, além de diversas outras crenças e cultos com seus milhares de adeptos, como o candomblé, umbanda, budismo, islamismo, judaísmo entre outras, que a todo momento são cantados nas letras de nossos artistas. Alguns exemplos:
·   “Romaria” – Renato Teixeira em uma das músicas mais cantadas à Senhora Aparecida.
·   “Nossa Senhora”, “Jesus Cristo” – na voz de Roberto Carlos.
·   “Afro sambas” – Vínícius de Moraes e Baden Powell são os autores dessas obras de arte carregadas de religião, gravadas por muitos, como por exemplo, Mônica Salmaso.
·   “Afoxé é”, “Filhos de Gandhi”, “Iansã”, “Iemanjá”, “São João, Xangô menino”, “Se eu quiser falar com Deus”, “Opachorô” – para citar algumas do Gilberto Gil que contém religião no seu conteúdo.
·   “Oração de mãe menininha”, “Caminhos do mar” – Dorival Caymmi.
·   “Mantra” – Nando Reis – abertamente relacionada à religião Hare Krishna.
·   E o que dizer de alguns estrangeiros como U2 e Take 6 (boa parte da discografia), Bob Dylan (CD So You Wanna Go Back to Egypt), John Coltrane (CD A Love Supreme), Sting (CD If on a winter´s night...) e tantos outros? Afinal, seu critério de escolha para colocação de CDs no blog é “religioso” ou “musical”?
Fulano Sicrano, hoje há um movimento dentro do cenário da música com letras cristãs chamado por muitos como “MPB cristã”, com gente fazendo boas músicas e poesias. Só para citar alguns: Expresso Luz, Gladir Cabral, Arlindo Lima, Tiago Vianna, João Alexandre, Carlinhos Veiga (citado no seu blog, porém em um CD sem “conotação religiosa”!), Glauber Plaça, Diego Venâncio, Cíntia e Silvia, Quarteto Vida, Grupo Logos, Elly Aguiar, Rogério Pinheiro, Marco Neves, Aristeu Pires, Carlos Sider, Daniel Maia, Stênio Marcius, Silvestre Kuhlmann, Edson e Tita Lobo, Shirley Espíndola, Maurício Caruso, Roberto Diamanso, Crombie, Jorge Camargo, Sal da Terra, Adhemar de Campos, Jorge Ervolini, Nelson Bomilcar, Gerson Borges, Bruno Albuquerque entre diversos outros. Gente escondida do grande público por trabalhar parte de seu repertório (alguns, o repertório todo – mas, artista tem que ter essa liberdade: cantar o que quiser sobre qualquer tema!) com letras relacionadas às histórias bíblicas ou à sua fé.
Concordamos que o que chega de informação ao grande público como música com letras cristãs – denominada como “gospel” pela mídia -, não tem qualidade em boa parte de sua produção (e que fique claro que não estamos generalizando): músicas carregadas de frases-chavão, arranjos pobres e falta de originalidade...
Mas esse grupo citado acima (nos incluímos nele) não faz música com essa intenção. O objetivo é cantar sobre o que nos aflige, nos dá alegria, sobre ecologia, política, cotidiano, arte e também, fé, assim como Gil e Caymmi já cantaram!
Escutamos música que nos prende atenção, nos emociona, nos ensina, e até nos entretém. Posso dizer tranquilamente que o grupo citado ouve (ou já ouviu com admiração) Lenine, todo o Clube da Esquina, João Gilberto, Tom Jobim, Boca Livre, Renato Teixeira, Villa-Lobos, Tião Carreiro e Pardinho, Almir Sáter, Mônica Salmaso, Pau-Brasil, Cama de Gato, Gilberto Gil, Caetano Veloso, todos os Caymmi, Chico Pinheiro, Rosa Passos, Ivan Lins, Chico Buarque, Legião Urbana, Cazuza e vários do rock brazuca, entre tantos e tantos inclusos na sua preciosa coletânea.
Fulano, todas essas palavras aí em cima são para pedir licença: não nos inclua no ramo “gospel” porque não fazemos parte dele (e nem queremos!), mas, também não nos coloque no “limbo musical”, onde não somos NADA. Nossas músicas continuarão tendo “conotação religiosa” quando isso trouxer à tona nossos sentimentos e inspiração artística, mas não gostaríamos de sermos taxados de artistas de “um tema só”, porque não somos (no último CD, cantamos sobre o amor em uma metáfora relacionada às quatro estações climáticas e em outra, sobre a arte do grafite paulista, por exemplo).
Nosso trabalho novo está à disposição do seu blog. Provavelmente disponibilizaremos os outros três álbuns também... Não gravamos as músicas apenas para vender, mas, principalmente para sermos ouvidos! Esperamos que quando os internautas nos procurarem no seu blog ou no restante da mídia, sejamos “Um que Tenha”... AMÉM!
Sérgio Pereira e Marivone Lobo formam a dupla Baixo e Voz

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que é necessária a presença do advogado da parte do réu na audiência de conciliação do procedimento sumário

STJ – SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - 12/04/2010
É imprescindível a presença do advogado em audiência de conciliação do procedimento sumário
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que é necessária a presença do advogado da parte do réu na audiência de conciliação do procedimento sumário, uma vez que é neste momento que ocorre a prática de defesa propriamente dita e a produção de provas. A Segunda Seção do STJ definiu que o comparecimento do réu em audiência, munido da peça contestatória, não tem o poder de afastar os efeitos da revelia, pois quem tem capacidade de postular em juízo é o advogado, e não a parte em si.  A questão foi decidida no julgamento de um recurso especial interposto contra uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios que considerou a presença do advogado indispensável para a realização do ato processual. O TJDFT declarou revel o réu. O réu sustentou no STJ violação aos artigos 36 e 277 do Código de Processo Civil, pois a entrega de contestação preparada por advogado no procedimento sumário seria mero ato material, o que tornaria desprezível a capacidade postulatória para agir. O réu alegou ainda que o estatuto processual civil exigiria apenas a presença do réu à audiência de conciliação e a ausência do advogado ao referido ato não teria o poder de produzir os efeitos da revelia, conforme dispõe o artigo 319 do Código de Processo Civil.  O relator no STJ, desembargador convocado Vasco Della Giustina, esclareceu que “vige no procedimento sumário o princípio da concentração dos atos processuais, circunstância que impõe a máxima produção de atos na audiência de conciliação, sendo relegada a prática de atos posteriores, tão somente, se ocorrer a hipótese do artigo 278, parágrafo 2º”. O magistrado esclareceu que, de acordo com o artigo 37 do CPC, os atos devem ser praticados por advogados devidamente habilitados, sob pena de serem considerados inexistentes, estando as exceções previstas em lei, nas quais a hipótese dos autos não se enquadra.

Coordenadoria de Editoria e Imprensa

Confesso que ainda não entendi. Mesmo.

Cientistas observaram diretamente pela primeira vez uma energia escura misteriosa que intriga os astrônomos desde o século XIX

Cientistas tentam desvendar enigma de energia escura misteriosa
10 de abril de 2010 • 17h36
Cientistas observaram diretamente pela primeira vez uma energia escura misteriosa que intriga os astrônomos desde o século XIX por fazer companhia a um sistema estelar binário. Epsilon Aurigae, localizada na constelação de Auriga, a cerca de 2 mil anos-luz da Terra, é uma estrela binária eclipsante que, durante muito tempo, foi considerada um enigma para a comunidade científica. As informações são do site científico Science Daily.
Os pesquisadores utilizaram o Infra-Red Michigan Combiner (Mirc), um instrumento desenvolvido na Universidade de Michigan (UM), para captar fotos em close-up da Epsilon Aurigae durante o eclipse tradicional que ocorre em seu entorno. A cada 27 anos, o brilho do sistema - formado por uma estrela supergigante e o objeto quase invisível - cai de magnitude (período correspondente entre 640 e 730 dias terrestres), causando uma espécie de desaparecimento quando visto da Terra.
A resolução do zoom do equipamento alcançou profundidade suficiente para mostrar a forma da sombra do objeto escuro. Anteriormente, a visão infravermelha do telescópio espacial Spitzer havia registrado que um grande disco de poeira interior da Epsilon Aurigae a encobria devido ao objeto que a acompanha.
O novo estudo, divulgado esta semana na revista científica Nature, mostra que realmente existe na Epsilon Aurigae uma nuvem geometricamente fina, escura, densa e parcialmente translúcida, que pode ser vista passando na frente da estrela.
"É ver para crer", disse John Monnier, professor do Departamentio de Astronomia da UM. Segundo ele, "isto realmente mostra que o paradigma básico estava certo, apesar das pequenas probabilidades". "Não há outro sistema como este conhecido. Acima de tudo, parece estar em uma fase rara da vida estelar. E isso acontece tão perto de nós", afirmou.
De acordo com Monnier, o grande disco de poeira parece muito mais plano do que modelos recentes sugeridos pelo Spitzer. "É realmente plano como uma panqueca", acrescentou.
O MIRC utiliza um processo chamado "interferometria" para combinar os quatro telescópios de luz que enviam dados para a matriz, que fica na Georgia State University, e ampliá-los para que pareçam estar vindo de um dispositivo 100 vezes maior que o telescópio espacial Hubble. A tecnologia permitiu aos astrônomos ver o formato e as características da superfície das estrelas pela primeira vez. Anteriormente, as estrelas eram meros pontos de luz, mesmo com os grandes telescópios.
Nuvem geometricamente fina, escura e densa pode ser vista encobrindo estrela binária conhecida como Epsilon Aurigae

Foto: University of Michigan/Reprodução

James Cameron (Avatar) sobre Marina Silva

Há um projeto ideológico que pretende mudar, por meio de várias alterações nas leis brasileiras, o sistema de governo atual para a chamada democracia delegada, modelo governista de países como a Venezuela.

Flerte com o totalitarismo
Entrevista - Ives Gandra
Estudioso da Constituição, o advogado enxerga no Programa Nacional de Direitos Humanos um projeto ideológico que fortalece o Executivo e aproxima o modelo brasileiro ao de países como a Venezuela
Daniela Almeida – Correio Braziliense

Mais que um programa que tem por objetivo garantir os direitos humanos, um novo projeto de governo. Essa é opinião do advogado constitucionalista Ives Gandra Martins sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH). Em entrevista, Gandra, um dos mais respeitados estudiosos da Constituição Brasileira, explica sua tese de que, por trás do documento com 512 proposições distribuídas em 228 páginas, há um projeto ideológico que pretende mudar, por meio de várias alterações nas leis brasileiras, o sistema de governo atual para a chamada democracia delegada, modelo governista de países como a Venezuela. Para Gandra, o PNDH fortalece a figura do Executivo e a Secretaria Nacional de Direitos Humanos em detrimento dos outros poderes, como o Judiciário e o Legislativo. Isso porque prerrogativas antes do Congresso, como a aplicação de referendos e plebiscitos, por exemplo, passariam a ser competência do presidente da República. O projeto, em sua interpretação, seria reflexo da ideologia pregada pelo grupo responsável pelo desenvolvimento do PNDH.

Qual é a sua visão sobre a recente polêmica envolvendo o Programa Nacional de Direitos Humanos?
Estamos com um projeto que objetiva mudar completamente o sistema político brasileiro. As 521 proposições, divididas em seis eixos, representam um novo sistema constitucional e jurídico. Eles têm uma concepção de poder diferente da Constituição de 1988. Essas proposições visam mudar o modelo brasileiro em um modelo muito semelhante ao modelo da Venezuela. Eles acreditam que essa é uma representação verdadeiramente do povo, dos Direitos Humanos.

O programa altera a Constituição?
Há muitas coisas que ferem cláusulas pétreas (1) da Constituição. Esse projeto alteraria substancialmente todos os oito capítulos. Se analisarmos os eixos básicos, veremos que esse é um plano de reformulação da mentalidade. Respeito as pessoas que fizeram, mas não é o meu modelo. Acho que a democracia é diferente. Acho que não há democracia em Cuba, nem na Venezuela. E há uma democracia muito parcial no Equador e na Bolívia.

Quando o senhor diz “eles”, se refere ao grupo que preparou o programa?
Sim. Esse grupo que preparou o PNDH é um grupo vinculado à repressão de 1968 e 1969 e que acredita que o nosso modelo constitucional é ultrapassado. Basta dizer que é um grupo que tem uma vinculação muito grande com o pensamento político, econômico e social com o Centro de Estudos e Pesquisas Sociais da Espanha, que inspirou os modelos constitucionais da Bolívia, do Equador e da Venezuela. Eles entendem que o modelo representativo clássico de três poderes, com o voto do povo, é um modelo político ultrapassado. A verdadeira democracia, para eles, é a chamada democracia delegada (2).

Leia a entrevista completa aqui: http://shorttext.com/42xa9n3jol

Skoob

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