sábado, maio 15, 2010

Gadjo Dilo - Tutti frutti

A espera - Adalgisa Nery

A espera
Amado... Por que tardas tanto?
As primeiras sombras se avizinham
E as estrelas iniciam a noite.
Vem...
Pois a esperança que se acolheu em meu coração
Vai deixá-lo como um ninho abandonado nos penhascos.
Vem...Amado..
Desce a tua boca sobre a minha boca.
Para a tua alma levar a minha alma
Pesada de sofrimento!
Vem...
Para que, beijando a minha boca
Eu receba a sensação de uma janela aberta.
Amado meu...
Por que tardas tanto?
Vem...
E serás como um ramo de rosas brancas
Pousando no túmulo da minha vida...
Vem amado meu...
Por que tardas tanto?
Adalgisa Nery
(1905-1980)

Músicas que falam à alma!

Pablo Picasso (pinturas da época azul)

Documentário italiano satiriza Berlusconi em Cannes

Documentário italiano satiriza Berlusconi em Cannes

Por James Mackenzie
CANNES (Reuters) - A comediante Sabina Guzzanti lança um ataque à moda de Michael Moore contra o sistema político italiano em documentário exibido no Festival de Cinema de Cannes, traçando um retrato alarmante de erosão democrática e mentiras oficiais.
"Draquila: Italy Trembles" (Draquila - A Itália treme) examina o que aconteceu após o terremoto que devastou a cidade medieval de L'Aquila no ano passado, motivando uma grande operação governamental de limpeza e reassentamento da população comandada pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Ex-satirista da televisão e adversária vitalícia de Berlusconi, Guzzanti emprega algumas das técnicas cômicas usadas por Moore, embora seu estilo seja mais comedido que o do cineasta norte-americano independente.
Misturando clipes de TV, entrevistas e uma ou outra charge, a diretora critica a versão dos acontecimentos que apresenta Berlusconi como salvador de L'Aquila, sugerindo que, em lugar disso, o premiê teria aproveitado o desastre para reforçar seu poder e solapar a democracia. "Eu estava trabalhando sobre outra coisa, mas alguém me contou umas histórias bizarras sobre coisas que estavam acontecendo em L'Aquila", contou Guzzanti à Reuters Television em entrevista. "Fiquei realmente chocada. Era algo muito grande, e ninguém estava sabendo de nada." Antes mesmo de ser exibido, "Draquila" - um trocadilho, juntando o nome do vampiro ao da cidade - provocou controvérsia na Itália. O ministro da Cultura, Sandro Bondi, tachou o filme de "propaganda política que ofende a verdade e todo o povo italiano." Ele declarou que deixaria de comparecer ao festival de Cannes, em protesto, mas o filme recebeu uma grande divulgação graças à investigação aberta na sexta-feira sobre casos suspeitos de corrupção em contratos públicos fechados na esteira do desastre.
SIGILO
"Todo o mundo disse 'por que fazer esse filme, já que o terremoto terá sido esquecido no ano que vem?'", disse Guzzanti. "Mas ele é o assunto do momento agora, porque neste terremoto é possível enxergar todos os elementos de nossa crise. Berlusconi - que no ano passado promoveu uma cúpula do G8 na cidade, a título de gesto de solidariedade com as vítimas - apontou para a resposta imediata à crise como um dos maiores êxitos de seu governo. Mas Guzzanti o acusa de tentar criar uma estrutura de poder alternativa, enorme e sigilosa, através do abuso e ampliação dos dispositivos constitucionais que permitem que a Autoridade de Proteção Civil italiana a passar por cima das normas democráticas usuais, em casos de emergência. "A gente não espera fazer uma descoberta tão enorme: que existe algo como um exército totalmente livre para criar leis e gastar tanto quanto quiser sem qualquer tipo de controle, dependente diretamente do primeiro-ministro", disse ela. Depois do terremoto, a população da cidade devastada foi transferida para hotéis de beira-mar e acampamentos de barracas, onde sua gratidão inicial deu lugar à fúria com as restrições impostas, à medida que os meses se passaram e suas casas continuaram fechadas.  (Reportagem adicional de Tessa Unsworth)

Vivaldi, Un Prince à Venise with Stefano Dionisi

Sensibilidade!


Quem foi que te ensinou
a me fazer feliz assim?

Como é que os teus olhos descobriram
todas as expressões
que os meus olhos cansaram de buscar?

De onde foi que as tuas mãos
trouxeram o contato morno
de todas as carícias esperadas?

De que longes vieram os teus lábios
para pousar em mim esse gosto misterioso
de todas as distâncias procuradas?

De onde chegaste tu, meu amor,
num dia todo de sol,
projetando, ante o meu ser inexplicado,
uma alma também igual à minha?

RUTH FARIAS LARRÉ, da Academia Santa-Mariense 

Woody Allen lança filme em Cannes e faz piada sobre velhice

Woody Allen lança filme em Cannes e faz piada sobre velhice

Sábado, 15 de maio de 2010 17:01 BRT
Por Bob Tourtellotte
CANNES, França (Reuters) - Para quem pensa que envelhecer tem seus benefícios - sabedoria, maturidade etc. - o veterano cineasta Woody Allen, ganhador do Oscar, tem uma mensagem: você está errado.
Seu novo filme "You Will Meet a Tall Dark Stranger" - uma espirituosa história sobre casamentos que não vão bem - enfoca um relacionamento amoroso que faz com que o espectador olhe com atenção para o envelhecimento.
Ao lançar seu novo filme no festival de Cannes, Allen disse neste sábado aos repórteres que, com 74 anos nas costas, teve tempo suficiente para lidar com o fato de ficar mais velho, algo que odeia.
"Acho que é um mau negócio," disse. "Você não fica mais esperto, não fica mais sábio, não fica mais doce ou mais amável. Nada acontece de fato. Suas costas doem mais, você tem mais indigestão, sua visão não é boa, você precisa de ajuda para escutar. É um mau negócio ficar velho e eu aconselharia vocês a não fazerem isso."
"You Will Meet a Tall Dark Stranger" é uma amarga visão sobre dois casais.
Anthony Hopkins e Gemma Jones interpretam um casal mais velho que se divorciou porque ele queria recobrar sua juventude. Ele se relaciona com uma mulher mais jovem enquanto sua ex olha para o futuro e fica viciada em procurar videntes.
Naomi Watts faz o papel da única filha deles. Seu marido (James Brolin) é um escritor medíocre. Ambos sonham em fugir do casamento, mas quando fazem isso descobrem que muitas vezes relacionamentos podem ter finais agridoces. © Thomson Reuters 2010 All rights reserved.

AROEIRA



RECORDO AINDA


Recordo ainda... e nada mais me importa...
Aqueles dias de uma luz tão mansa
Que me deixavam, sempre, de lembrança,
Algum brinquedo novo à minha porta...

Mas veio um vento de Desesperança
Soprando cinzas pela noite morta!
E eu pendurei na galharia torta
Todos os meus brinquedos de criança...

Estrada afora após segui... Mas, aí,
Embora idade e senso eu aparente
Não vos iludais o velho que aqui vai:

Eu quero os meus brinquedos novamente!
Sou um pobre menino... acreditai!...
Que envelheceu, um dia, de repente!...

MÁRIO QUINTANA

Chico Buarque e Tom Jobim - Anos Dourados

CNJ pretende criar níveis de acesso a dados

CNJ pretende criar níveis de acesso a dados

Que a internet trouxe muitos benefícios aos operadores do Direito e aos jurisdicionados, há poucos que ainda duvidam. Mas com o avanço tecnológico, também surgiram problemas. Um deles é em relação à publicidade das informações processuais na rede mundial de computadores. A preocupação ganhou força no Conselho Nacional de Justiça, que estuda regulamentar a publicidade do processo eletrônico.
Hoje, é possível pesquisar nos sites de vários tribunais do país se uma pessoa responde ou é autora de uma ação na Justiça, bastando digitar o nome e um dos sobrenomes do pesquisado. Dependendo do tribunal e do tipo de ação, a secretaria da vara disponibiliza, além dos atos processuais e das decisões, o que foi tratado em audiência.
O conselheiro Walter Nunes, coordenador do grupo de trabalho sobre o tema, explicou à revista Consultor Jurídico que a ideia não é restringir o acesso a informações que são públicas, a não ser que o o processo esteja em segredo de Justiça. O que o CNJ pretende é definir quais, como e para quem as informações serão disponibilizadas na internet.
Quem quiser conferir o processo físico, basta ir à secretaria da Vara onde tramita o processo e pedir para olhá-lo. Já no processo eletrônico, a ideia é criar categorias de informações que podem ser acessadas livremente e outras que dependem de um cadastro e de solicitação para se ter acesso por meio eletrônico.
“O Judiciário ter de cumprir sua atividade e prestar conta de seus atos é uma coisa; a extensão dessas informações é outra”, disse. Walter Nunes diz que o dever de informar tem a ver com dados básicos, como o trâmite processual e a decisão, e não com outros documentos, como a petição inicial e um testemunho.
“O processo judicial é conflituoso.” Ele afirma que, na petição inicial, pode haver ataques a outra pessoa. “Com comedimento, isso é até natural”, constata. Se isso for publicado na internet sem qualquer triagem, entende Nunes, pode trazer aborrecimentos para as pessoas envolvidas. Ele afirma que a sentença traz as angústias expostas na inicial, mas de modo a não expor desnecessariamente as partes.
“Não há restrição alguma”, garante. Walter Nunes afirma que a iniciativa vai ampliar o acesso às informações. O conselheiro lembra que a Constituição prevê que, no caso de conflito entre dois direitos fundamentais, como o da preservação da intimidade e do acesso à informação, este se sobrepõe quando há interesse público.
O grupo trabalha com a ideia de que para as partes do processo e seus advogados cadastrados o acesso a todos os documentos será integral. Já as informações básicas, como os nomes dos litigantes, as informações relativas ao trâmite processual e as decisões serão abertas a todos, independente de cadastro no tribunal. A exceção é para a Justiça Trabalhista. Neste caso, só será possível ver essas informações básicas, digitando o número específico do processo e não pelo nome das partes.
Walter Nunes explicou que, no caso da Justiça trabalhista, a preocupação é de que as informações processuais sobre os reclamantes acabem prejudicando o trabalhador. Isso porque, explicou, o mercado de trabalho poderia ficar restrito a pessoas que, simplesmente, estavam exercendo seu direito de ingressar com ação contra o empregador anterior.
Já um terceiro que queira ter acesso a algum documento do processo, por meio eletrônico, seja por ter um interesse específico ou por questão de pesquisa e estudo, tem de se cadastrar e formular um pedido. O Judiciário analisará a formulação e franqueará o acesso. Nunes afirma que o critério que o juiz analisará para permitir o acesso aos documentos é o mesmo que ocorre hoje. Se o processo não estiver em segredo de Justiça, o interessado pode ir à secretaria e olhá-lo.
O que muda no processo eletrônico, diz o conselheiro, é que o Judiciário vai saber quem teve acesso àquelas informações eletronicamente. Se, depois, o conteúdo parar no YouTube, por exemplo, será possível identificar a pessoa que o incluiu no site e ela poderá ser responsabilizada por eventual dano.
O conselheiro do CNJ levou em conta o fato de que, mesmo em processos que não estão em segredo de Justiça, há documentos que precisam ser resguardados. Ele citou o exemplo de uma testemunha em um processo contra um acusado considerado de alta periculosidade. Hoje, há possibilidade de o depoimento ser gravado em sistema audiovisual. Se ele souber que aquele documento pode parar no YouTube, talvez não queira prestar o depoimento, disse o conselheiro.
A ideia de regulamentar o que será disponibilizado na internet, disse o conselheiro, surgiu antes mesmo de o processo eletrônico ganhar impulso. Walter Nunes diz que, em alguns casos, basta digitar o nome da pessoa que, dependendo do tribunal, aparecem dados sobre o processo no sistema de busca do Google. “Isso começou a trazer preocupações e inconvenientes”, afirmou. Um dos exemplos é de pessoas que responderam a um processo criminal e foram absolvidas, ou mesmo de condenados. “Isso só dificulta a reinserção social.”
O conselheiro afirma que, no final de maio, deve levar a questão ao Plenário do CNJ. Com a iniciativa aprovada, o texto deve ser submetido a consulta pública de 30 dias a fim de que haja uma ampla participação não só dos operadores do Direito como da sociedade em geral.

Revolução tecnológica
Empolgado com o tema, o conselheiro disse que a revolução do Judiciário está no processo eletrônico, já que a morosidade é fomentada pela burocracia. Ele comentou sobre a rapidez que se consegue com a simplificação das práticas processuais. Um exemplo é a documentação de audiências através do sistema de gravação de áudio e imagem. Antes, o juiz tinha de ditar para alguém documentar o que era falado.
Nunes contou que, na Espanha, onde esteve no início de março, o processo eletrônico está engatinhando. Ele afirmou que a peculiaridade do Brasil, com uma quantidade enorme de processos, fez com que se avançasse para utilizar a tecnologia a favor da Justiça. O conselheiro também lembrou que o processo eletrônico é mais do que eliminar papel. “É uma gestão eletrônica do serviço jurisdicional.”

Palestinos lembram aniversário de êxodo após criação de Israel

Palestinos lembram aniversário de êxodo após criação de Israel
France Presse
GAZA, 15 Mai 2010 (AFP) -Os diversos movimentos palestinos mostraram neste sábado sua vontade de unidade ao lembrar o aniversário da "Nakba" (Catástrofe), o êxodo realizado pelos palestinos após a criação de Israel em 15 de maio de 1948 e a guerra entre israelenses e árabes que se seguiu.
Neste ano, as cerimônias ocorrem quando israelenses e palestinos dão início, sem grandes expectativas, às negociações de paz indiretas.
Em Gaza, cerca de 4 mil manifestantes fizeram uma passeata a partir do Conselho Legislativo Palestino (CLP, Parlamento) até a representação das Nações Unidas, após a convocação dos movimentos palestinos, em especial o Fatah do presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas e o grupo islâmico Hamas.
Estes movimentos entraram em disputa desde que o Hamas se apoderou de Gaza em junho de 2007, mas quiseram mostrar seu entendimento com relação ao direito de regresso para os refugiados palestinos.
Mais de 760 mil palestinos foram obrigados a partir de seus territórios pelo avanço das forças judaicas que os expulsaram de suas casas há 62 anos. Atualmente, a ONU estima que sejam cerca de 4,7 milhões de refugiados.
As manifestações continuam na Cisjordânia, onde está previsto um encontro para a próxima segunda-feira diante da tumba de Yasser Arafat, líder histórico do movimento nacional palestino.

RENOIR, um Mestre!


Mulheres que gostam de ficar sozinhas e não fazem questão de ter um par só para constar

Mulheres que gostam de ficar sozinhas e não fazem questão de ter um par só para constar
POR KAMILLE VIOLA
Rio - Uma pessoa que gosta de ser solteira (mas não se opõe a ter um relacionamento) e prefere estar sozinha a namorar só para fazer parte de um casal. Essa é a definição do termo “sósingular” (em inglês, “quirkyalone”), tema do livro ‘Sósingular — Um Manifesto para Românticos Irredutíveis’(ed. Francis, 160 pág., R$ 26,50), que a americana Sasha Cagen lança amanhã no Brasilis Hostel (Rua Murtinho Nobre, 156, Santa Teresa).

“Tudo começou em 2000, quando fiz um ensaio sobre o assunto para a minha revista (‘To-DoList’). Depois, o artigo foi republicado na imprensa alternativa americana e muita gente gostou, recebi milhares de emails e até presentes”, conta Sasha, de 36 anos. “Quando quis fazer o livro, há dez anos, os editores acharam muito radical, porque para eles ninguém podia ser feliz sozinho. Agora, depois de seriados como ‘Sex and the City’ e ‘Ally McBeal’, ser ‘sósingular’ é muito comum”, diz.
A atriz Paloma Bernardi, a Mia de ‘Viver a Vida’, é um exemplo. “Não gosto de banalizar algo que é tão lindo. Eu gosto de ter um relacionamento, mas não é porque você está sozinho que está infeliz ou triste. A vida é preenchida de várias formas: tem a família, amigos, trabalho. Tem um tempão que eu estou solteira e não quer dizer que eu não seja feliz”, defende. Colega de Paloma na trama das oito, Aparecida Petrowky, a Sandrinha da novela, também diz se encaixar no perfil. “Estou sem namorado há bastante tempo. Quando pintar, eu me jogo, mas fico muito bem sozinha também”, garante ela. “Tenho amigas que têm relacionamento como prioridade. Eu sempre batalhei por essa independência. Você acaba ficando tão segura que não entrega sua vida para qualquer um esculhambar”, brinca a atriz.
Há três meses morando no Rio de Janeiro, Sasha Cagen acredita que é mais difícil ser ‘sósingular’ no Brasil. “Aqui é uma rebeldia, nos Estados Unidos é quase normal”, compara a autora. “Aqui ainda existem muitas mulheres que defendem que você tem que ser mãe para ser mulher. E os cariocas não entendem muito que, às vezes, você quer sair sozinho, por exemplo”, conta.
Foto: João Laet

Manu Santos - A flor e o espinho

Fernando Pessoa

"O valor das coisas não está no tempo que elas duram,
mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis,
coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis"

Em 2008 remunera-se o terrorista de 1968.

Em 2008 remunera-se o terrorista de 1968.
Artigo do jornalista Elio Gaspari, publicado em vários jornais do país, em 12/03/2008
A vítima, que ficou sem a perna, recebe R$ 571;
Diógenes, da turma da bomba, fica com R$ 1.627

DAQUI A OITO dias completam-se 40 anos de um episódio pouco lembrado e injustamente inconcluso. À primeira hora de 20 de março de 1968, o jovem Orlando Lovecchio Filho, de 22 anos, deixou seu carro numa garagem da avenida Paulista e tomou o caminho de casa. Uma explosão arrebentou-lhe a perna esquerda. Pegara a sobra de um atentado contra o consulado americano, praticado por terroristas da Vanguarda Popular Revolucionária. (Nem todos os militantes da VPR podem ser chamados de terroristas, mas quem punha bomba em lugar público, terrorista era.)

Lovecchio teve a perna amputada abaixo do joelho e a carreira de piloto comercial destruída. O atentado foi conduzido por Diógenes Carvalho Oliveira e pelos arquitetos Sérgio Ferro e Rodrigo Lefèvre, além de Dulce Maia e uma pessoa que não foi identificada.

A bomba do consulado americano explodiu oito dias antes do assassinato de Edson Luís de Lima Souto no restaurante do Calabouço, no Rio de Janeiro, e nove meses antes da imposição ao país do Ato Institucional nº 5. Essas referências cronológicas desamparam a teoria segundo a qual o AI-5 provocou o surgimento da esquerda armada. Até onde é possível fazer afirmações desse tipo, pode-se dizer que sem o AI-5 certamente continuaria a haver terrorismo e sem terrorismo certamente teria havido o AI-5.

O caso de Lovecchio tem outra dimensão. Passados 40 anos, ele recebe da Viúva uma pensão especial de R$ 571 mensais. Nada a ver com o Bolsa Ditadura. Para não estimular o gênero coitadinho, é bom registrar que ele reorganizou sua vida, caminha com uma prótese, é corretor e imóveis e mora em Santos com a mãe e um filho.

A vítima da bomba não teve direito ao Bolsa Ditadura, mas o bombista Diógenes teve. No dia 24 de janeiro passado, o governo concedeu-lhe uma aposentadoria de R$ 1.627 mensais, reconhecendo ainda uma dívida de R$ 400 mil de pagamentos atrasados.

Em 1968, com mestrado cubano em explosivos, Diógenes atacou dois quartéis, participou de quatro assaltos, três atentados a bomba e uma execução. Em menos de um ano, esteve na cena de três mortes, entre as quais a do capitão americano Charles Chandler, abatido quando saía de casa. Tudo isso antes do AI-5.Diógenes foi preso em março de 1969 e um ano depois foi trocado pelo cônsul japonês, seqüestrado em São Paulo. Durante o tempo em que esteve preso, ele foi torturado pelos militares que comandavam a repressão política. Por isso foi uma vítima da ditadura, com direito a ser indenizado pelo que sofreu. Daí a atribuir suas malfeitorias a uma luta pela democracia iria enorme distância. O que ele queria era outra ditadura. Andou por Cuba, Chile, China e Coréia do Norte. Voltou ao Brasil com a anistia e tornou-se o "Diógenes do PT". Apanhado num contubérnio do grão-petismo gaúcho com o jogo do bicho, deixou o partido em 2002.

Lovecchio, que ficou sem a perna, recebe um terço do que é pago ao cidadão que organizou a explosão que o mutilou. (Um projeto que re- vê o valor de sua pensão, de iniciativa da ex-deputada petista Mariângela Duarte, está adormecido na Câmara.)

Em 1968, antes do AI-5, morreram sete pessoas pela mão do terrorismo de esquerda. Há algo de errado na aritmética das indenizações e na álgebra que faz de Diógenes uma vítima e de Lovecchio um estorvo. Afinal, os terroristas também sonham.

Nani



Qualquer cidadão pode registrar patente no INPI

Qualquer cidadão pode registrar patente no INPI

É desnecessário recorrer a um advogado ou agente de propriedade intelectual para fazer um registro de patente ou marca no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). O entendimento é da 10ª Vara Federal Cível de São Paulo, que atendeu ao pedido da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão. Em Ação Civil Pública, o órgão pediu o direito do cidadão comum de fazer um registro no INPI sem a contratação de intermediários. Cabe recurso.
De acordo com o autor da ação, o procurador Jefferson Aparecido Dias, a exigência do agente de propriedade intelectual é ilegal, uma vez que qualquer atividade profissional deve ser regulamentada por lei. Apenas decretos e portarias regulam a atuação do agente de propriedade industrial (Decreto-Lei no 8.933/46, da Portaria 32/98, das Resoluções no 194/08, 195/08 e 196/08).
A juíza titular Leila Paiva Morrison não acatou a justificativa do INPI de que a elaboração de um pedido de patente é cercado de detalhamentos que exigem conhecimentos técnicos. "É alarmante um país carente de uma sólida base atinente à propriedade industrial, que acarreta o pagamento ao exterior de vultosas quantias em royalties, se dê ao luxo de perder patentes, sim, porque não é somente o inventor que as perde, mas o Brasil que perde”, afirmou a juíza.
Para decidir, ela tomou como base o fato de que a Constituição determina que as qualificações profissionais devem ser as que a lei exigir. “Não existem, portanto, fundamentos que possam oferecer suporte jurídico válido a qualquer espécie de produção normativa elaborada pelo Inpi com o objetivo de fixar qualificações profissionais para o exercício do ofício de agente da propriedade industrial. De modo que as Resoluções INPI 194/08, 195/08 e 196/08, ao estabelecerem restrições ao direito do livre exercício profissional, extrapolam, em muito, os limites da legalidade e constitucionalidade”, afirmou a juíza.
Hoje, a pessoa física que deseja registrar uma marca ou uma patente tem três possibilidades: comparecer pessoalmente à sede do INPI, no Rio de Janeiro, contratar um advogado, ou contratar um agente de propriedade industrial, profissional habilitado por meio de concurso que está sujeito a pagamento de anuidade e controle de ética profissional.
Em setembro do ano passado, a Associação Brasileira dos Agentes da Propriedade Industrial (Abapi) divulgou nota à imprensa lamentando que o Ministério Público Federal tenha ajuizado uma ação na Justiça envolvendo a categoria, sem antes, ouvi-la. Segundo a Abapi, entidade sem fins lucrativos, há centenas de agentes da propriedade industrial oficialmente habilitados no Brasil, além de tratar-se de uma profissão regulamentada na maior parte dos países desenvolvidos. “Esses profissionais são técnicos altamente especializados, com capacidade de redigir patentes e aconselhar os clientes em quaisquer aspectos relativos aos processos de obtenção de registro de marcas e patentes perante o INPI”, diz. Com informações da Assessoria de Imprensa da Justiça Federal.

SPONHOLZ


Não queremos isso em nosso País! Solidariedade aos irmãos cubanos.

lunes 19 de abril de 2010

Santa Clara - Directorio Democrático Cubano

Juana Gómez Riego fue brutalmente agredida por la Seguridad del Estado castrista mientras marchaba junto con las Damas de Blanco en La Habana durante la jornada de 7 días en conmemoración de la Primavera Negra del 2003. Los golpes que recibió a manos de las fuerzas represivas le provocaron fracturas en las costillas flotantes, inflamación abdominal y otros síntomas de lesiones graves. No bastándole esto, la policía política ha interferido repetidamente para impedirle que reciba atención médica, por lo que se encuentra en un estado extremadamente delicado de salud sin conocer el diagnostico completo de su situación.
Gómez Riego integra las damas de apoyo a las Damas de Blanco, las mujeres que se han solidarizado con el reclamo de libertad emitido por los familiares de las víctimas de la ola represiva del 2003.
"A mí me dieron un empujón y caí sobre un tubo y me fracturé las dos costillas flotantes. Las tengo desprendidas. El tubo se metió por mi estomago debajo de esas costillas. Por poco me matan," denunció Juana Gómez Riego por vía telefónica al Directorio.
"En estos momentos me encuentro muy mal de salud y tengo una inflamación muy grande en el hígado y en el bazo, tengo muchas taquicardias, la presión alta y estoy esperando en mi casa para ver que es lo que pasa," declaró Gómez Riego.
Según Gómez Riego y su hija, efectivos de la Seguridad del Estado, entre ellos Héctor de la Fe Freire, jefe de enfrentamiento con la oposición en Villa Clara, han interferido con su tratamiento médico primero en el hospital Calixto García en la Ciudad de La Habana, luego en el Hospital Militar de la provincia de Villa Clara y por tercera vez en el hospital Arnaldo Milián Castro en Santa Clara. Su ingerencia sobre las decisiones y diagnósticos de los médicos y los enfermeros de los hospitales resultó en que le fuera negado el tratamiento médico una y otra vez bajo extrañas y contradictorias razones, conminándola a permanecer en su casa.
En la tercera ocasión, Gómez Riego sostiene que la Dra. Dianelys Reyes Hernández en el hospital Arnaldo Milián Castro la atendió con urgencia, actitud que cambió por completo después que la misma se desapareciera durante una hora acompañada por agentes de la Seguridad del Estado.
"Cuando me llevan [al hospital] me atendió en ese momento bien [la Dra. Reyes Hernández] pero después que aquellos hombres se la llevaron para el pasillo del hospital, cuando regresó, regresó con otra actitud. Le dijo a mis familiares 'Ya está bien, llévensela,' y en la parte de afuera estaba todo el personal de la Seguridad", afirmó la activista.
"Yo responsabilizo al gobierno cubano por lo que le pueda pasar a mi mamá porque mi mamá en estos momentos está muy delicada," declaró su hija Dainí Sánchez Gómez al Directorio Democratico Cubano.
Publicado por Eduardo E. Rodriguez http://cubanoticiasdisidentes.blogspot.com/

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