sexta-feira, julho 02, 2010

Mariano, especial para A Charge Online

Ausência

Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Vinícius de Moraes

Obama apela a oposição para passar reforma

Obama apela a oposição para passar reforma
Presidente americano admite que precisa dos republicanos para aprovar mudanças na política de imigração
Fernando Eichenberg - Correspondente

WASHINGTON. O presidente dos EUA, Barack Obama, fez um apelo ontem aos parlamentares republicanos para que se unam aos esforços bipartidários para a aprovação do projeto de reforma da imigração no Congresso. Durante um pronunciamento na American University, o titular da Casa Branca reconheceu que a reclamada reforma — fracassada em 2006 e 2007 — não poderá passar sem o voto da oposição.
— Essa é uma realidade política e matemática — admitiu o presidente Obama.
Ao definir o tema como “sensível” e propício à “demagogia”, o presidente explicou o recente recuo de 11 senadores republicanos antes favoráveis à reforma por causa das eleições legislativas de novembro próximo.
Lei do Arizona é reflexo de ausência de política efetiva Obama classificou o sistema de imigração no país como “falido” e “obsoleto”, e condenou a controversa lei recentemente aprovada no Arizona — em vigor a partir de 29 de julho —, que autoriza a polícia estadual a interpelar e solicitar documentos a qualquer pessoa “suspeita” de situação ilegal no país. Em seu discurso, reiterou que o exemplo do Arizona — inspiração para legislações similares em outros Estados — é um reflexo da ausência de uma efetiva política nacional de imigração.
Por um lado, o presidente negou as teses que relacionam diretamente o aumento da criminalidade à imigração clandestina.
Por outro, num claro aceno ao clã republicano, observou que, com o reforço de 1,2 mil homens da Guarda Nacional e o incremento dos serviços de inteligência, as fronteiras do sul do país nunca estiveram tão seguras nos últimos 20 anos. Mas alertou que a necessária repressão à imigração ilegal deve ser acompanhada da urgente reforma do ultrapassado sistema de imigração legal do país.
— Essa abordagem exige responsabilidade de todos: do governo, das empresas e dos indivíduos — disse.

Em um comunicado, o Sindicato Internacional dos Empregados de Serviços (SEIU, na sigla em inglês) reforçou o discurso presidencial: “Todos os dias que os republicanos bloqueiam a reforma migratória representam mais um dia em que empregadores oportunistas exploraram o sistema por ganância pessoal.” Em relação aos cerca de 12 milhões de imigrantes ilegais no país, o presidente descartou tanto a deportação maciça como uma anistia ampla e irrestrita.
Os ilegais deverão se registrar, esperar na fila pela regularização, submeter-se à lei e pagar os devidos impostos ao Estado, afirmou.
A fala de Obama — eleito para a Casa Branca com 67% dos votos hispânicos — ocorre em um momento de crescente exigência de uma atitude mais enérgica por parte do chefe da nação em relação a uma de suas principais promessas de campanha. Mesmo vozes conservadoras têm se organizado para pressionar o governo e o Congresso — vide a recente manifestação conjunta do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, do magnata da comunicação Rupert Murdoch e de líderes de empresas como Hewlett Packard, Boeing, Walt Disney e Marriot Internacional.
Interessados cobram calendário para votação Associações de defesa dos imigrantes, chefes de polícia, prefeitos e governadores de localidades afetadas pelo problema da imigração ilegal acolheram positivamente o tom do discurso presidencial. Para muitos, no entanto, faltou o essencial: o calendário para a votação da reforma.
“Quando?”, foi a pergunta que pairou no ar.
Apesar do novo empurrão dado ontem por Obama, poucos acreditam que, por este ser um ano eleitoral, o projeto de lei seja apreciado pelo Congresso ainda em 2010.  

Liminar do STF abre brecha contra Ficha Limpa

Liminar do STF abre brecha contra Ficha Limpa
Senador Heráclito Fortes teve sua condenação de segunda instância suspensa e poderá se candidatar à reeleição
Fábio Fabrini – O Globo

BRASÍLIA. O senador Heráclito Fortes (DEM-PI), que quer se candidatar à reeleição, foi o primeiro político a conseguir contornar os efeitos da Lei da Ficha Limpa por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes suspendeu a condenação de segunda instância contra o parlamentar, que poderia impedir a sua candidatura.
Pela lei, sancionada mês passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, políticos condenados por mais de um juiz ficam inelegíveis. A participação do senador no pleito deste ano estava na corda bamba devido a uma ação que o acusava de usar publicidade institucional em proveito próprio, quando ele foi prefeito de Teresina, de 1989 a 1992.
A 1ª Vara da Fazenda Pública de Teresina o condenou a devolver os recursos usados na propaganda em 1993. O Tribunal de Justiça do Piauí manteve a decisão, em 1999. Em 2000, chegou ao STF um recurso do senador.
O caso ficou parado até novembro, quando a 2ª Turma do tribunal começou a votar. Relator do processo, Gilmar Mendes foi favorável ao pedido e Joaquim Barbosa, contra. O julgamento foi interrompido por um pedido de vista de Cezar Peluso, atual presidente da corte.
Na segunda-feira, os advogados do senador pediram, por liminar, efeito suspensivo à segunda condenação até que o mérito seja apreciado. Eles se basearam no artigo 26 da Lei da Ficha Limpa, que prevê essa medida quando houver pedido e o pedido for plausível: “A plausibilidade jurídica pode ser atestada em voto por mim proferido quando do início do julgamento na 2ª Turma desta corte, ocasião em que me manifestei pelo provimento do recurso”, escreveu Mendes em sua decisão, de quarta-feira.
Caso deve voltar a ser analisado pelo STF em agosto Gilmar Mendes argumentou também que o julgamento do recurso extraordinário não poderia ser concluído até segunda-feira, prazo final para o registro de candidaturas, pois ontem o Supremo entrou em recesso. Havia, portanto, o risco de o senador ser prejudicado. “A urgência da pretensão cautelar parece evidente”, alegou.
A decisão não contesta pontos da Lei da Ficha Limpa, mas, na prática, suspende a motivação para ela ser aplicada contra o senador. Na hipótese mais rápida, o caso volta a ser analisado na primeira semana de agosto.
A liminar de Mendes precisa ser referendada pela 2ª Turma, o que significa que pode ser derrubada. Para concluir o julgamento do mérito, falta a manifestação de três ministros, entre eles Peluso, que já elaborou seu voto-vista. Ontem, o Supremo explicou que, caso a condenação seja mantida, Fortes pode ficar inelegível no meio da campanha.
O senador foi processado pelo ex-vereador e atual deputado federal Osmar Júnior (PCdoB), por espalhar por Teresina o slogan “Juntos seremos mais fortes”.
A palavra “fortes”, segundo o adversário, remetia ao sobrenome do então prefeito.
O advogado do senador, Felipe Bresciani, disse ontem que o pedido foi preventivo, para evitar que adversários tentassem a impugnação da candidatura de Fortes. Mas argumentou que, no seu entendimento, ele não estaria inelegível, pois foi condenado à devolução de recursos e não à suspensão de direitos políticos.
A disputa pelo Senado no Piauí será acirrada, com pelo menos quatro concorrentes: Mão Santa (PSC), Welington Dias (PT), Antônio José Medeiros (PT) e Ciro Nogueira (PP).
Em encontro informal com jornalistas, Peluso afirmou ontem que questionamentos à lei são esperados no STF, mas não é possível falar em tendências: — É preciso analisar caso a caso.

Miguel Torga

Ficha

Poeta sim, poeta...
É o meu nome.
Um nome de baptismo
Sem padrinhos...
O nome do meu próprio nascimento...
O nome que ouvi sempre nos caminhos
Por onde me levava o sofrimento...
Poeta, sem mais nada.
Sem nenhum apelido.
Um nome temerário,
Que enfrenta, solitário,
A solidão.
Uma estranha mistura
De praga e de gemido à mesma altura.
O eco de uma surda vibração.
Poeta, como santo, ou assassino, ou rei.
Condição,
Profissão,
Identidade,
Numa palavra só, velha e sagrada,
Pela mão do destino, sem piedade,
Na minha própria carne tatuada.

Miguel Torga
(1907-1995)

Abortos induzidos chegam a mais de 20 mil

Abortos induzidos chegam a mais de 20 mil

Jornal da Paraíba - 02/07/2010
Em um período de apenas um ano, estima-se que tenham acontecido 20.655 abortos induzidos na Paraíba. Os dados são relativos ao ano de 2008 e fazem parte do “Dossiê Sobre a Realidade do aborto Inseguro na Paraíba”, divulgado ontem durante o seminário Direitos Reprodutivos e Experiências junto ao Ministério Público, realizado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O estudo, elaborado pelos grupos feministas Cunhã (PB), Curumim (PE) e Ipas Brasil (RJ), revela também que entre janeiro de 2008 e junho de 2009, foram registradas 7.702 curetagens pós-aborto nos hospitais públicos do Estado.
Para a consultora técnica do dossiê e coordenadora do Grupo Curumim, Paula Viana, a realidade pode ser ainda mais grave. “Muitas mulheres fazem abortos inseguros e acabam morrendo. Mas é difícil ter estas informações por causa da ilegalidade do aborto, muitas mulheres fazem oaborto inseguro e acabam informando aos médicos que tiveram um aborto espontâneo. Das internações para a realização de curetagem pós-aborto, nós acreditamos que de 60% a 70% são para casos de abortos feitos sem segurança”, destacou.
Ainda segundo o relatório elaborado pelas entidades feministas, na Paraíba a intervenção mais utilizada para assistir mulheres que abortaram é a curetagem pós-aborto, procedimento mais caro e que oferece mais riscos de infecção, na contramão da indicação do Ministério da Saúde de utilizar a Aspiração Manual Intra-uterina (Amiu). Somente na capital, de janeiro de 2008 a junho de 2009, foram realizadas 2.803 curetagens, e em Campina Grande foram 2.319. Os gastos públicos para a realização destes procedimentos foram de R$ 532.422,44, em João Pessoa, e de R$ 414.004,70 em Campina Grande.
Um outro dado relevante do estudo é a quantidade de jovens e adolescentes que foram internadas por complicações pós-abortos entre janeiro de 2008 e junho de 2009. “Neste período 115 meninas com idades entre dez e 14 anos foram internadas por complicações provocadas porabortos. Na faixa etária de 15 a 19 anos foram 1.207 internamentos. O grande problema é que é muito difícil chegar à quantidade exata de quantos abortos foram expontâneos e quantos foramabortos inseguros por causa da falta de informação, que é uma consequência da ilegalidade”, frisou.
A ginecologista e obstetra Maria Celli Souto destacou que a partir do momento que uma mulher decide fazer um aborto na ilegalidade ela corre riscos de morte. “O aborto feito na ilegalidade oferece muitos riscos às mulheres, elas podem ter infecções e chegar até a óbito. Isto acontece porque o aborto é feito sem assepsia nenhuma e em muitos casos nem todo o material de placenta é recolhido”, alertou a médica.
Para evitar que casos como estes continuem aumentando, a gerente de Ações Programáticas e Estratégicas da Secretaria de Estado de Saúde, Juliana Soares, acredita que é importante incentivar o planejamento familiar. “A base de tudo é o planejamento e a orientação familiar”, destacou acrescentando que estão sendo formadas equipes multidisciplinares para trabalharem junto às mulheres aspectos como planejamento familiar, prevenção à gravidez e enfrentamento à violência, além de dar suporte às mulheres vítimas de violência sexual.
Juliana Soares informou ainda que a Secretaria de Saúde está tentando se mobilizar em rede para orientar o fluxo de atendimento das mulheres que sofrem abortos para que asssim possam ser levantados dados estatísticos. “Atualmente nós não temos um fluxo de monitoramento. Estamos desenvolvendo um projeto para que todas as informações de abortos e curetagens sejam encaminhadas para o Estado para que possamos avaliar os indicadores. Atualmente os dados que temos são dos trabalhos que as entidades feministas realizam, mas precisamos ter dados centralizados”, informou.

PANORAMA NACIONAL
De acordo com o "Dossiê Sobre a Realidade do aborto Inseguro na Paraíba”, comparando a realidade do Estado com outras Unidades da Federação, a Paraíba ocupa “posição de risco médio de abortamento induzido”, registrando uma taxa de 19,6 casos para cada mil mulheres de 15 a 49 anos. As taxas de abortos induzidos mais baixas foram registradas em Goiás (12,9 por mil), no Rio Grande do Norte (12,5 por mil) e no Paraná (11,3 por mil). Já as taxas mais altas estão nos estados de Amapá (47,7 por mil), Roraima (39,0 por mil) e Sergipe (30,4 por mil).

Fausto, para o Jornal Olho Vivo

Importações disparam e a balança comercial desaba

Importações disparam e a balança comercial desaba
Eliane Oliveira – O Globo  COLABOROU: Bruno Villas Bôas

Mesmo com um dia útil a mais (123) do que no período anterior, a balança comercial do primeiro semestre de 2010 registrou superávit 43,7% menor do que nos seis primeiros meses de 2009. A diferença entre exportações e importações de janeiro a junho deste ano foi de US$7,887 bilhões, ante US$13,907 bilhões ano passado, o pior resultado desde 2002, quando foi contabilizado saldo negativo de US$2,618 bilhões. O forte aquecimento do mercado interno, ajudado pelo real valorizado frente ao dólar, fez os gastos no exterior, principalmente de bens de consumo, explodirem, batendo recorde histórico.
- O aumento das importações de bens de consumo está bastante ligado ao aquecimento da economia brasileira - comentou o secretário-adjunto de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Fábio Faria.
O total importado de janeiro a junho de 2010, de US$81,302 bilhões e média diária de US$661 milhões, teve acréscimo de 43,9% em relação ao montante apurado no primeiro semestre de 2009. As compras externas de bens de consumo duráveis aumentaram 49%, com destaque para os automóveis, que registraram alta de 72,3%, e os eletrodomésticos, com 122%. Os gastos com bens de capital subiram 26,2%; matérias-primas, 42,8%; e combustíveis e lubrificantes, 65%.
As aquisições de produtos chineses aumentaram 57,7% no semestre. Só no mês passado, as importações da China subiram nada menos do que 83,7%, em comparação a junho de 2009. Destacaram-se eletroeletrônicos, químicos, siderúrgicos e instrumentos de ótica e precisão. Já as vendas brasileiras caíram 2,9% para o país asiático e 5,5% para a África - mercado disputado por brasileiros e chineses. A China comprou menos aviões, soja e celulose do Brasil.
Por outro lado, as exportações no primeiro semestre de 2010, de US$89,189 bilhões e média diária de US$725,1 milhões, aumentaram bem menos: 26,5%. A taxa, porém, é superior à projeção de crescimento para o comércio mundial em 2010 (16%). Fábio Faria disse que houve recuperação das vendas brasileiras de manufaturados para América Latina e Caribe:
- O aumento da participação desses dois mercados na pauta brasileira foi de 21% para 24%. Além disso, ainda não há efeito da crise europeia nas exportações brasileiras.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), os veículos importados já respondem por 18% do mercado brasileiro e 60% das compras são de países com os quais o Brasil tem tarifa zero de importação: México e Argentina.
- As importações estão bombando não só por causa de nosso mercado. O câmbio está facilitando e incentivando enormemente a compra de eletroeletrônicos, componentes e produtos acabados. Enquanto não houver medidas compensatórias, devemos continuar tendo saldo extremamente negativo - previu o presidente da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee), Humberto Barbato.
A estimativa da Abinee é de déficit de US$25 bilhões este ano no setor eletroeletrônico. Em 2009, o saldo ficou negativo em US$17 bilhões.
Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, apesar do superávit fraco, há uma relação "mais ou menos equilibrada" do comércio brasileiro este ano ante o que se viu no primeiro semestre de 2008, antes da crise global.
- Em termos de valores, a exportação não está tão ruim, embora a balança esteja sendo sustentada, principalmente, por soja, minérios e petróleo - disse Castro.
Os destaques nas vendas externas brasileiras foram máquinas e aparelhos de terraplanagem, veículos de carga, óleos combustíveis, automóveis, minério de ferro, carnes bovina e de frango, óleo de soja e celulose.

Economista alerta para dependência externa
Para Roberto Padovani, economista do banco WestLB, a disparada das importações é um sinal claro de que a economia brasileira está superaquecida, ou seja, cresce acima do que é capaz sem gerar desequilíbrios:
- O Brasil precisa recorrer cada vez mais ao exterior para se abastecer. Não consegue produzir o que precisa. E isso tem dois efeitos: mais inflação e aumento da importação.
O Brasil cresceu 9% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2009. Para Padovani, o país pode crescer entre 4,5% e 5% sem produzir desequilíbrios.
Luis Otávio Leal, economista do Banco ABC Brasil, acrescenta que o tombo no superávit comercial vai piorar o déficit em conta corrente do país, o que torna o Brasil mais dependente do humor do financiamento externo:
- Se essa conta não for equilibrada, o real pode se desvalorizar ou BC terá que usar reservas internacionais para tapar o buraco.
No mês passado, o Brasil exportou US$17,095 bilhões (média diária de US$814 milhões) e importou US$14,817 bilhões (média diária de US$705,6 milhões), resultando no superávit de US$2,278 bilhões. Sobre junho de 2009, as exportações subiram 18,2% e as importações, 50,2%. O saldo comercial diminuiu 50,5%.
De janeiro a junho deste ano, a China liderou a lista de principais mercados compradores de produtos brasileiros, com destaque para soja, petróleo, óleo de soja, couros e peles, aviões e açúcar. Os Estados Unidos ficaram em segundo. No mesmo período, o maior mercado fornecedor para o Brasil foram os EUA, com bens de capital, diesel, carvão, químicos, eletroeletrônicos, plásticos e produtos farmacêuticos.

Paquistão entra em estado de alerta após duplo atentado

Paquistão entra em estado de alerta após duplo atentado

Lahore, segunda cidade do Paquistão, se encontrava nesta sexta-feira em estado de alerta máximo, um dia depois de um duplo atentado num mausoléu sufi lotado de peregrinos muçulmanos, que causou a morte de 42 pessoas e ferimentos em 180.
Os talibãs ligados à Al-Qaeda e a grupos aliados paquistaneses negaram estar envolvidos nos ataques. No entanto, Lahore, megalópole 10 milhões de habitantes no leste do país, costuma ser alvo privilegiado para os ataques dos rebeldes.
"Não somos os responsáveis por estes atentados, é um complô organizado por agências secretas estrangeiras. Vocês sabem que não atacamos lugares públicos", afirmou por telefone à AFP o porta-voz do Movimento dos Talibãs do Paquistão (TTP).
As explosões ocorreram no santuário Data Darbar, um imenso complexo no centro da cidade, que abriga o túmulo de um santo sufi, recebendo milhares de peregrinos a cada quinta-feira à noite, explicou à AFP o chefe da polícia de Lahore, Aslam Tareen.
"Encontramos as cabeças e os corpos dos suicidas", disse Pervez. "Tentamos determinar como puderam entrar no local, que conta com um forte dispositivo de segurança".
Um primeiro camicase acionou seu colete com explosivos no pátio do complexo religioso. Um segundo terrorista se explodiu no local onde se sentam para meditar numerosos peregrinos, disse Chaudhry Shafiq, um oficial da polícia de Lahore.
O santuário abriga o túmulo de Hazrat Syed Ali bin Usman Hajweri, conhecido por Data Ganj Bajsh, nascido em Ghazni, no centro do Afeganistão, e que percorreu o sul da Ásia no século XI para difundir o Islã e converter numerosas pessoas.
Hazrat Chaudhry Shafiq morreu em Lahore, em 1077. Os ataques de Lahore não foram reivindicados, mas as autoridades suspeitavam dos talibãs paquistaneses aliados à Al-Qaeda, assim como outros grupos islâmicos, são responsáveis por uma onda de atentados sem precedentes.
Nestes últimos meses, seu principal alvo foi Lahore. Há um mês, em 28 de maio, mais de 800 pessoas morreram em Lahore em ataques simultâneos cometidos por suicidas fortemente armados, membros de duas mesquitas de uma seita minoritária do Islã, os ahmadis.
Depois de duas horas de confrontos, a polícia conseguiu capturar dois dos terroristas. Um terceiro explodiu sua jaqueta de explosivos. Em 12 de março, um duplo atentado suicida dirigido contra militares em Lahore deixou 57 mortos.
Quatro dias antes, também em Lahore, um suicida ao volante de um carro-bomba explodiu um quartel da polícia, matando 15 oficiais e civis. Cerca de 400 atentados e ataques deixaram quase 3.450 mortos nos últimos três anos em todo o país.

Camponeses haitianos recusam ajuda de sementes transgênicas da Monsanto

Camponeses haitianos recusam ajuda de sementes transgênicas da Monsanto
Jean Michel Caroit - Em Santo Domingo (República Dominicana)
  
O grupo agroquímico oferece 475 toneladas de sementes híbridas para impulsionar a agricultura do país vitimado pelo terremoto
Cálice envenenado ou gesto altruísta para aliviar a miséria haitiana? A controvérsia em torno da doação de um lote de sementes híbridas pelo grupo agroquímico Monsanto repercutiu sobre o governo de René Préval, enquanto os programas de reconstrução custam a se concretizar quase seis meses depois do terremoto que causou mais de 250 mil mortes e 1,3 milhão de desabrigados.
A polêmica começou em meados de maio, quando o padre Jean-Yves Urfié, um bretão químico de formação, que por muito tempo morou no Haiti, criticou na internet a doação feita pela Monsanto de “475 toneladas de sementes transgênicas”. Nos Estados Unidos, a mobilização dos antimundistas se ampliou após a publicação, no site do “Huffington Post”, de um artigo de Ronnie Cummins, da associação dos consumidores de produtos orgânicos. Ali ele criticava as “pílulas envenenadas que visavam voltar a fazer do Haiti uma colônia de escravos, não mais da França, mas sim da Monsanto e das multinacionais do agronegócio”.

Enchentes aumentam em 15% déficit habitacional em Alagoas

Enchentes aumentam em 15% déficit habitacional em Alagoas
Carlos Madeiro - Especial para o UOL Notícias - Em Maceió

As enchentes que atingiram Alagoas aumentaram o déficit habitacional no Estado em cerca de 15%. Segundo a Secretaria de Estado de Infraestrutura, 19 mil casas foram atingidas por conta das cheias dos rios entre os dias 18 e 19 de junho e terão que ser reconstruídas. O déficit habitacional no Estado era estimado, antes da tragédia, em 123 mil residências, saltando para 142 mil após dois dias.
O governo federal já anunciou que as casas serão reerguidas em uma área diferente daquela onde foram construídas, para evitar novas tragédias. Mas para fazer a reconstrução será preciso dobrar a meta apresentada pelo maior programa habitacional do país, o Minha Casa, Minha Vida.
Em março de 2009, quando lançou o programa, o governo federal prometeu construir um milhão das casas no país no triênio 2009/2011. Dessas, 19 mil foram destinadas ao Estado – coincidentemente o mesmo número de casas que foram destruídas. Cerca de 10 mil já tiveram projetos aprovados pela Caixa Econômica Federal, estão em execução ou já foram entregues.
Segundo o secretário de Estado de Infraestrutura, Fernando Nunes, as enchentes vieram como uma verdadeira “tsunami” contra a meta de reduzir o déficit habitacional em Alagoas nos próximos anos. “Você aumentar em mais quase 20 mil casas um déficit que já era grande, e de um dia para o outro, é outra tragédia, em especial para um Estado pobre como o nosso”, afirmou.
Nunes assegura que o Estado e os municípios não têm condições de bancar sozinhos os custos da reconstrução, que foram estimados em cerca de R$ 590 milhões. “É um valor alto demais, mas que estamos confiantes no apoio do governo federal, que nos prometeu bancar esses custos. Para isso, já estamos procurando terrenos para darmos início às obras o mais rápido possível. Dependemos de terrenos”, disse.
A economista Luciana Caetano acredita que a destruição fará Alagoas atrasar ainda mais o processo de retomada econômica e melhora dos índices sociais. “Se você tinha uma previsão de acabar com esse déficit em 10 anos, por exemplo, terá que esticar o prazo em pelo menos o dobro, pois foi um estoque muito grande de casas. É importante frisar que, paralelo à construção das casas, os governos terão que gastar com a reconstrução das cidades num todo, que inclui saneamento, estradas, uma infraestrutura completa”, ressaltou.
Para a especialista, não há recursos disponíveis para absorver tamanha demanda em curto prazo. “O cobertor é curto. Além disso, não creio que Alagoas tenha mão de obra habilitada para fazer projetos de novas cidades de forma rápida, e ainda temos a questão ética dos políticos locais, que é questionável. Lembre-se que estamos em mês eleitoral e com certeza haverá desvios desses recursos”, afirmou Caetano.

Destruição
Segundo relatório da Defesa Civil Estadual, a cidade mais afetada foi União dos Palmares (81 km de Maceió), onde 5.000 moradias foram destruídas ou danificadas, seguido por Murici (48 km de Maceió), com 4.000.
Os números precisos devem ser apresentados junto com os Avadams (relatório de avaliação de danos materiais). A previsão de entrega é a próxima semana.

Previsão é de chuva no litoral nordestino no fim de semana

Previsão é de chuva no litoral nordestino no fim de semana
Em Alagoas e Pernambuco, tempo estará instável com pancadas de chuva.
Áreas do Sul, Sudeste e Centro-Oeste terão baixa umidade relativa do ar.

Nos próximos dias, a condição de chuva deve permanecer no litoral do Nordeste e no norte da Região Norte. De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe), em Alagoas e Pernambuco, estados bastante afetados pelas chuvas nos últimos dias, o tempo estará instável, com possibilidade de chuvas e pequenas aberturas de sol.
"O interior do Brasil ainda terá a atuação de uma massa de ar seco, incluindo a Região Sul, entre Paraná e Santa Catarina, no fim de semana", diz ao G1 a meteorologista Mônica Lima, do Cptec/Inpe.
Áreas de instabilidade devem aumentar a chance de chuva no centro de Minas Gerais, o que melhora a condição de umidade relativa do ar em áreas do Sudeste e Centro-Oeste.

Sul
Nesta sexta-feira (2), no leste de Santa Catarina e do Paraná e no centro-sudoeste do Rio Grande do Sul, o sol aparece entre nebulosidade variável. Nas demais áreas da região, há previsão de predomínio de sol, com baixa umidade relativa do ar em alguns pontos.
No sul do Rio Grande do Sul, o sábado (3), o sol aparece entre nebulosidade variável. Nas demais áreas da região, a previsão é de predomínio de sol, com baixa umidade relativa do ar em alguns pontos.
No domingo (4), em todas as áreas da região, o sol deve predominar.

Sudeste
No centro-norte e leste do Espírito Santo e no centro-norte e nordeste de Minas Gerais, a sexta-feira terá tempo nublado, com chuva isolada. No Triângulo Mineiro e na maior parte de São Paulo, a previsão é de predomínio de sol e baixa umidade relativa do ar. Nas demais áreas da região, o sol aparece entre nebulosidade variável.
No sábado, em grande parte da região, o sol aparece entre poucas nuvens, com possibilidade de pancadas de chuva isolada. Em áreas de Minas Gerais e do Espírito Santo, o dia estará nublado com chuva isolada. No Triângulo Mineiro, em São Paulo, e no centro-sul do Rio de Janeiro, a previsão é de predomínio de sol, com baixa umidade relativa do ar.
No domingo, no leste do Espírito Santo, o sol aparece com variação de nuvens. No oeste e noroeste do Espírito Santo e no centro-norte de Minas Gerais, o dia estará nublado. Nas demais áreas da região, a previsão é de predomínio de sol.

Centro-Oeste
Em grande parte da região, a sexta-feira terá baixa umidade relativa do ar. No leste de Goiás, o sol aparece com variação de nuvens. Nas demais áreas do Centro-Oeste, a previsão é de predomínio de sol.
Neste sábado, em Goiás, no nordeste de Mato Grosso do Sul e no leste de Mato Grosso, o sol aparece entre nebulosidade variável. Nas demais áreas da região, a previsão é de predomínio de sol. A umidade relativa do ar estará baixa no oeste de Mato Grosso e no centro-sudoeste de Mato Grosso do Sul.
No domingo, em todas as áreas da região, a previsão é de predomínio de sol.

Norte
No centro-norte do Amazonas e do Pará, em Roraima e no Amapá, a sexta-feira será de sol entre nebulosidade variável, com pancadas de chuva. Nas demais áreas da região, o sol aparece entre pouca nebulosidade. A umidade relativa do ar estará baixa no sul de Rondônia.
No fim de semana, na faixa norte da região, o sol aparece entre nebulosidade variável e há possibilidade de pancadas de chuva. No Acre, em Rondônia e no sul do Amazonas, a previsão é de predomínio de sol. Nas demais áreas da região, o sol aparece entre poucas nuvens. A umidade relativa do ar estará baixa no sul de Rondônia.

Nordeste
Nesta sexta, no leste da região, o tempo estará instável, com poucas aberturas de sol e chuva a qualquer hora. Na Bahia, no Maranhão, no Piauí, no Ceará, no Rio Grande do Norte e na Paraíba, o tempo deve estar nublado, com chuva a qualquer hora. Nas demais áreas da Região: sol e variação de nuvens.
No fim de semana, o tempo permanece instável com poucas aberturas de sol e chuva isolada no leste da região. No Recôncavo Baiano, a previsão é de dias nublados, com chuva a qualquer hora. Nas demais áreas da região, o sol aparece entre nebulosidade variável, com possibilidade de pancadas de chuva isoladas.

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