sexta-feira, julho 16, 2010

Inconstitucional a limitação de idade em concurso para médico

Inconstitucional a limitação de idade em concurso para médico
 
O Órgão Especial do TJRS declarou inconstitucional a limitação de idade máxima de 45 anos para o provimento de cargo de médico, prevista em dispositivo da Lei nº 1.282/2007, do Município de Barão. A ação direta de inconstitucionalidade contra o dispositivo foi proposta pela Procuradora-Geral de Justiça. Para o Desembargador Luiz Felipe Azambuja Ramos, relator, citando julgados anteriores, a discriminação pelo simples critério etário é inconstitucional na hipótese em que a natureza dos cargos não justifica a limitação. Considerou o julgador que o exercício das funções de médico pressupõe apenas conhecimento e habilitação para a atividade médica, realizáveis por qualquer pessoa maior e saudável.

The Cranberries - Dreams

Final da Copa do Mundo foi evento mais twittado da história

Final da Copa do Mundo foi evento mais twittado da história
Pessoas de 172 países postaram mensagens durante o jogo.
Pico de tweets por segundo continua sendo de Japão x Dinamarca.
G1, São Paulo
A final da Copa do Mundo entre Espanha e Holanda, no dia 11 de julho, foi o evento mais twittado da história.
De acordo com um post publicado nesta sexta-feira (16) pela equipe do Twitter, o jogo representou o maior período de atividade no microblog durante um evento. Ao longo da partida, pessoas de 172 países postaram mensagens escritas em 27 línguas. Nos últimos 15 minutos, a média de tweets por segundo foi de 2 mil.
Após o gol que deu o título para a Espanha, o número chegou a 3.051 tweets por segundo. No momento do gol de Iniesta, twitteiros de 81 países postaram mensagens em 23 idiomas. Apesar de a final ter mantido o maior número de tweets durante um evento, o pico recorde continua sendo o registrado na partida entre Japão e Dinarmarca, no dia 24 de junho: 3.283 mensagens por segundo.
Um infográfico em ondas mostra a atividade no Twitter durante a Copa do Mundo. As áreas das "ondas" ocupadas pelas bandeiras mostram o volume de mensagens com as hashflags (hashtags criadas especificamente para a Copa com as bandeiras dos países, como #esp, #bra e #usa). No gráfico, é possível visualizar que, até ser eliminado, o Brasil foi um dos países da Copa mais comentados no Twitter. Durante a final, a Espanha teve mais menções no Twitter do que a Holanda.

Manta Ray, Maldivas


Fotografia por Braunstein Michel

Três anos após acidente da TAM, esperança recai sobre procurador

Três anos após acidente da TAM, esperança recai sobre procurador
Após dois inquéritos da polícia, ninguém foi condenado; parentes dos 199 mortos esperam que MPF apresente denúncia
Lecticia Maggi, iG São Paulo | 16/07/2010 06:59

Desde o acidente da TAM no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, além de uma investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), dois inquéritos foram concluídos. Mas, para desespero dos parentes dos 199 mortos, ninguém foi condenado. A grande esperança para aqueles que perderam seus familiares em 17 de julho de 2007 é a denúncia que o procurador Rodrigo de Grandis, (na foto ao lado) do Ministério Público Federal de São Paulo, pode fazer sobre o caso.

Airbus A 320 não conseguiu parar em Congonhas e explodiu ao atingir hangar da TAM. Foi o maior desastre de aviação civil brasileira
“É um promotor que não demonstra ter medo de cachorro grande”, afirmou ao iG Roberto Corrêa Gomes, de 54 anos, assessor voluntário da Associação de Familiares e Amigos de Vítimas do Voo TAM (Afavitam). A mostra de confiança decorre do fato de o promotor ser o mesmo que atuou na Operação Satiagraha contra um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Na operação, de 2008, foram presos temporariamente o banqueiro Daniel Dantas, o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta (morto em novembro de 2009) e o megainvestidor Naji Nahas.
De Grandis tem nas mãos, atualmente, 113 volumes que reúnem os inquéritos da Polícia Civil e da Polícia Federal, laudos técnicos e a investigação conduzida pelo Cenipa. Um dos inquéritos foi realizado pelo delegado Antônio Carlos Barbosa, titular do 15º DP da capital paulista, que, após ouvir 336 pessoas, entre aeronautas, pilotos, sobreviventes e parentes das vítimas, indiciou dez pelo acidente.
Cinco dos indiciados são da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil): o ex-presidente Milton Zuanazzi; a ex-diretora Denise Maria Ayres Abreu; o superintendente de Infraestrutura Aeroportuária, Luiz Myada; e o superintendente de Segurança Operacional, Marcos Santos. Três são da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária): o ex-presidente José Carlos Pereira; o funcionário Esdras Ramos, que fez a avaliação para a pista ser liberada; e o funcionário Agnaldo Esteves, que liberou a pista para o pouso. Os últimos dois indiciados são da TAM: o diretor de diretor de Segurança de Voo, Marco Aurélio Castro; e o ex-gerente de Engenharia de Operações Abdel Rishk.
Antes de chegar a De Grandis, os inquéritos passaram pelo promotor do Ministério Público Estadual Mário Luiz Sarrubo, que retirou o nome dos funcionários da Infraero Esdras Ramos e Agnaldo Esteves e acrescentou outras quatro pessoas. São elas: o chefe dos pilotos da TAM, Orlando Bombini Júnior; o chefe de equipamento do Airbus A320 da TAM, Alex Frischmann; o vice-presidente de operações da companhia aérea, Alberto Fajerman; e o responsável pela Superintendência de Segurança Operacional da Anac, José Luiz Brito Veloso. Sarrubo cita também os técnicos do consórcio Airbus, que, apesar de não serem identificados, para ele, agiram de forma imprudente.
O procurador de Grandis têm autonomia para manter ou alterar os nomes. O iG tentou contatá-lo, mas ele se recusou a dar entrevista. O Ministério Público Federal, porém, informou que a expectativa é que até o final do ano haja um posicionamento sobre o caso. Há três hipóteses previstas na lei: arquivamento, denúncia ou que o procurador peça novas diligências se considerar que a investigação não está completa. Caso mantenha a acusação de atentado contra a segurança do transporte aéreo, a pena prevista varia de 1 ano e 4 meses de prisão a 5 anos e 4 meses.
No entendimento dos familiares não há outra hipótese que não a denúncia. “Foi uma tragédia que poderia ter sido evitada. Se nada acontecer, vamos chegar a conclusão de que a vida não vale nada”, afirmou ao iG o professor universitário Dário Scott, que perdeu a filha Thaís, de 14 anos, no acidente. “Queremos que as causas sejam realmente apuradas e os responsáveis, exemplarmente punidos. Não foi mero acidente, o que matou essas pessoas foi negligência e politicagem”, afirmou Corrêa Gomes, cujo irmão Mário Corrêa Gomes também estava no Airbus A320.
O voo 3054, que havia partido às 17h18 do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, tocou a pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, às 18h48 de 17 de julho de 2007. Os pilotos, porém, não conseguiram parar a aeronave, que atravessou a Avenida Washington Luís e colidiu com um hangar da própria TAM. Além dos 187 ocupantes do Airbus, também morreram 12 pessoas que estavam no edifício da companhia aérea.

Investigação

O Cenipa levantou duas hipóteses principais para o acidente em relatório publicado em outubro de 2007: ou houve falha no sistema de controle dos motores do jato, que teria transmitido informação diferente da indicada pelo manete (dispositivo que acelera as turbinas) impedindo o avião de parar, ou houve erro dos pilotos Kleiber Lima e Henrique Stefanini di Sacco, que teriam mantido o manete em posição diferente da recomendada no manual. Com isso, em vez de estar na posição de frenagem, o avião estava na de aceleração.
Além disso, o Cenipa indicou outros oito fatores como determinantes para a tragédia, que vão desde falhas no Aeroporto de Congonhas, que não possuía área de escape (espaço de recuo necessário para o piloto no caso de um problema no pouso ou decolagem); treinamento deficiente dado pela TAM aos pilotos; e problemas na configuração dos manetes e com os avisos do Airbus A320, por não alertarem adequadamente os pilotos sobre a posição dos instrumentos.
Com base nisso, o Cenipa informou que foram emitidas 83 recomendações de segurança operacional ao fabricante do Airbus, à Anac, à TAM e à Infraero. Nada, porém, garante que essas recomendações estejam sendo cumpridas. “O Cenipa faz recomendação, não determinação. Não temos autoridade para impor seu cumprimento”, explicou ao iG o brigadeiro Pompeu Toledo Brasi, do Cenipa.
Um mês antes do relatório do Cenipa, foi divulgado o resultado do inquérito da Polícia Federal. O documento afirma que a polícia não “vislumbrou responsabilidade outra que não da tripulação, porque o acidente não teria ocorrido se os manetes não tivessem sido operados de forma incorreta”.
Os parentes das vítimas protestaram contra a investigação. Na época, Rafael di Sacco, pai do comandante Henrique Stefanini di Sacco, classificou o inquérito de “canalhice”. “Não tem outro nome, é queima de arquivo. Os ‘culpados’ morreram e não podem falar nada”, disse. O inquérito ainda causa indignação três anos depois de suas conclusões. “Só faltam acusar os passageiros”, disse Corrêa Gomes.
Até hoje, nem todas as famílias receberam indenização da TAM. Corrêa Gomes explica que, nessa questão, a Afavitam procura não se envolver, mas ressalta a dificuldade de chegar a um valor justo. “Para carro há uma tabela, mas e para a vida da gente?”, questionou. “De um lado há uma pessoa fragilizada e constrangida, e de outro um advogado da empresa que faz de tudo para pagar pouco. É complicado, já passei por isso”, disse ele, que prefere não revelar o valor recebido por sua família, mas garantiu: “Ninguém fica rico por isso.”

Consequências do desastre
Após o acidente da TAM, muito se falou – e especulou – sobre os riscos de pousar em Congonhas, principalmente em dias de chuva. Menos de um mês antes da tragédia, em 29 de junho, a pista principal do aeroporto havia sido liberada após passar por uma reforma que custou cerca de R$ 19 milhões. As operações, contudo, foram retomadas sem que o grooving – ranhuras no asfalto que ajudam na drenagem da água e, assim, evitam derrapagens – estivesse concluído.
No dia anterior à tragédia com o Airbus, uma aeronave da Pantanal derrapou na pista por causa da água e foi parar no gramado, fechando Congonhas por cerca de 20 minutos. Logo após o acidente com o voo 3054, a Infraero divulgou nota dizendo que, dos 68 aeroportos brasileiros administrados por ela, apenas 5 dispunham de grooving e ele não é indispensável.
Ainda assim, o Cenipa recomendou que a pista principal de Congonhas só fosse usada sem chuva, enquanto as obras não fossem totalmente concluídas. Mais tarde, as investigações do órgão tiraram do grooving o rótulo de vilão do acidente. O centro afirmou que, apesar de estar previsto na obra, não era um dispositivo de segurança obrigatório.
O grooving nas pistas foi concluído em setembro de 2007. Além disso, por ordem do Ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, as pistas ganharam áreas de escape, antes inexistentes. Para isso, tiveram de ser reduzidas em 300 metros. A principal passou de 1.940 metros para 1.640 e, a auxiliar, de 1.435 para 1.195.
Após o acidente, a Anac restringiu as operações no aeroporto que antes chegava a ter 40 por hora (quantidade de pousos e decolagens), limitando a 30 movimentos por hora para a viação comercial e a 4 para a geral, que inclui os voos particulares.
“A operação em Congonhas está cercada de ações mitigadoras para que seja um risco aceitável. Até porque a única forma de eliminar totalmente o risco, que é inerente à atividade, é não voar”, afirmou o brigadeiro Toledo Brasil. “Se não se limitasse a operação em Congonhas, o aeroporto seria fechado. Lá não opera Boeing 747, porque o risco é inaceitável”, disse.
A limitação para a operação de Congonhas se justifica pela própria localização do aeroporto. A apenas 8 quilômetros do centro de São Paulo, na Avenida Washington Luís, no Campo Belo, ele está cercado por casas e prédios. “Congonhas está em uma área de risco, que se intensifica em função de um acidente ali atingir não só quem está a bordo, mas também os que estão em terra”, afirma o chefe do Cenipa. Segundo ele, “se houve alguma falha no processo, foi não prever uma área maior ao redor do aeroporto para não ser ocupada”. “Congonhas se tornou uma ilha dentro da cidade.”
Além das medidas “mitigadoras” adotadas em Congonhas, o brigadeiro afirma que não houve mudanças significativas na aviação brasileira por causa do acidente da TAM ou do voo 1907 da Gol, em setembro de 2006, que deixou 154 mortos. “A atividade aeronáutica no Brasil já era extremamente rígida nos padrões de qualidade”, afirmou. “Cada acidente traz algum ensinamento, mas nenhum é novo. Quando se investiga um acidente, os fatores que contribuem para ele já aconteceram no passado.”
*Com colaboração de Fred Raposo, iG Brasília

Grupo sunita reivindica os atentados que deixaram 27 mortos no Irã

Grupo sunita reivindica os atentados que deixaram 27 mortos no Irã
Em Nicósia

O grupo extremista sunita Yundallah reivindicou nesta sexta-feira (16), em um comunicado postado em seu site, o duplo atentado de quinta-feira à noite contra uma mesquita xiita no sudeste do Irã, que causou a morte de 27 pessoas e centenas de feridos.
Raio-x do Irã:
Nome oficial: República Islâmica do Irã
Capital: Teerã
Tipo de governo: República Teocrática
População: 66.429,284
Idiomas: Persa e dialetos persas 58%, turcomano e dialetos turcos 26%, curdo 9%, luri 2%, balochi 1%, árabe 1%, turco 1%, outros 2%
Grupos étnicos: Persas 51%, azeris 24%, e gilakis mazandaranis 8%, curdos 7%, árabes 3%, lurs 2%, balochis 2%, turcomenos 2%, outros 1%
Religiões: Muçulmanos 98% (xiitas 89% e sunitas 9%), outras (que inclui zoroastras, judeus, cristãos, e bahais) 2%
Fonte: CIA Factbook
O Yundallah (soldados de Deus), em rebelião armada na província iraniana do Sistão-Baluchistão, afirmou que o alvo dos atentados era a Guarda Revolucionária, a milícia ideológica do regime islâmico iraniano, que realizava sua reunião anual em Zahedan, capital da província.
"Esta operação é uma resposta às atrocidades incessantes do regime no Baluchistão", acrescenta.
Quase 30 morreram e pelo menos 100 ficaram feridas na noite de quinta-feira em dois atentados contra uma mesquita xiita no sudeste do Irã, segundo a agência estatal Irna.
"Duas explosões em frente à mesquita de Jamia, em Zahedan, deixaram mais de 20 mártires e mais de 100 feridos", afirmou Fariborz Rashedi, do serviço de emergência da província do Sistão-Baluchistão.
Antes, o vice-ministro do interior, Ali Abdolahi, disse que se tratava de uma "operação suicida".
A agência iraniana Irna afirma que houve duas explosões em Zahedan, a primeira delas às 13h50, hora de Brasília, seguida de outra.
Segundo o deputado de Zahedan, Hussein Ali Shahriari, citado pela mesma agência, houve dois atentados suicidas consecutivos - o primeiro deles cometido por um homem carregado de explosivos e disfarçado de mulher.
"Ele tentava entrar na mesquita disfarçado, mas foi impedido de fazê-lo" quando foi registrada a primeira explosão, disse Shahriari.
"Quando as pessoas correram para ajudar os feridos, outro homem se fez explodir", acrescentou.
O Sistão-Baluchistão é cenário há dez anos de uma sangrenta rebelião do grupo Yundallah.
O atentado mais recente até então reivindicado por este grupo, em outubro de 2009, causou a morte de 42 pessoas, entre elas vários oficiais pertencentes aos Guardas Revolucionária, as forças de elite iranianas, em Pishin, localidade próxima da fronteira paquistanesa.
Os rebeldes do Yundallah são sunitas, como parte importante da população da província do Sistão-Baluchistão.

Como em Belo Monte, trem-bala será bancado com verba estatal

Como em Belo Monte, trem-bala será bancado com verba estatal

DE SÃO PAULO
O governo já estimula grandes empresas nacionais a formar os consórcios que vão disputar a obra do trem-bala, que ligará Campinas, São Paulo e Rio.
O modelo reedita inclusive com os mesmos grupos, além de outras companhias, a fórmula do leilão da usina de Belo Monte, informa reportagem de Leila Coimbra, Dimmi Amora e Valdo Cruz, publicada nesta sexta-feira pela Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL). O trem-bala tem seu custo estimado em pelo menos R$ 33,4 bilhões.
A ideia do governo é formar dois consórcios para disputar o leilão do trem-bala. Um deles incluiria empresas que já estão em Belo Monte, como a Bertin, e grupos sul-coreanos; outro pode associar a Andrade Gutierrez a grupos japoneses.
O Planalto pretende ainda criar uma estatal para ser sócia da vencedora do leilão e financiar, via BNDES, 60% da obra ou R$ 19,9 bilhões -- o que for menor.

Doadores só enviaram 2% da ajuda prometida ao Haiti

Doadores só enviaram 2% da ajuda prometida ao Haiti

Seis meses depois do terremoto de 7 graus na escala Richter que arrasou o Haiti, menos de 2% do dinheiro prometido pela comunidade internacional para reconstruir o país de fato chegou até a ilha caribenha. Países ricos e emergentes, como o Brasil, haviam indicado em março que doariam US$ 9 bilhões para atenuar os efeitos do tremor ocorrido em janeiro, que deixou 300 mil mortos, 300 mil feridos e quase 2 milhões de desabrigados. Pelo menos 1,6 milhão de pessoas seguem vivendo em acampamentos provisórios.
Um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) indica que os recursos não chegaram pela indefinição de uma política econômica pelo governo local, pela desconfiança internacional de que as verbas sejam desviadas e pela hesitação dos doadores em liberar o dinheiro anunciado em tom populista diante das câmeras. Segundo um levantamento, apenas Brasil - que prometeu US$ 172 milhões ao Haiti -, Noruega, Estônia e Austrália cumpriram parte do compromisso que assumiram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ciência Patológica

CIÊNCIA PATOLÓGICA
Publicado em Ciência Hoje   http://cienciahoje.uol.com.br/

Presidente do TSE enfrenta falha técnica ao pedir voto em trânsito

FOCO
Presidente do TSE enfrenta falha técnica ao pedir voto em trânsito
DE BRASÍLIA

Presidente do TSE enfrenta falha técnica ao pedir voto em trânsito O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Ricardo Lewandowski, protagonizou ontem um constrangimento ao comunicar à Justiça Eleitoral que votará em trânsito nas eleições.
Pela manhã, Lewandowski foi ao cartório da 18ª Zona Eleitoral, em Brasília, para comunicar que não estará na cidade de São Paulo, seu domicílio eleitoral, no dia do pleito. Porém, devido a um problema técnico no sistema, teve que esperar em pé por mais de 10 minutos para fazer o procedimento.
Mesmo com o imprevisto, Lewandowski afirmou que o problema não se repetirá e que aqueles que votarão em trânsito não precisarão enfrentar filas.
"Pouco antes de eu chegar, o sistema estava no ar, mas caiu devido a um problema técnico por alguns minutos. Não deverá ocorrer mais", disse.
"Imaginamos que não haverá grandes filas e o eleitor, em cinco minutos, poderá entrar e sair do cartório e se habilitar para votar em trânsito", completou.
Começou ontem e vai até 15 de agosto o prazo para o registro do eleitor que não estará em seu domicílio no dia das eleições, mas quer votar para presidente.

Duke, hoje no Super Notícia (MG)

Sem medo de ser feliz

Nas Entrelinhas
Sem medo de ser feliz
Alon Feuerwerker – Correio Braziliense

A caminhada eleitoral é difícil para a oposição brasileira. Assim como foi difícil para o PT, quando estava na oposição. A nossa democracia já tem um quarto de século, mas nenhuma força política dominante no período se preocupou seriamente com a engenharia institucional, digamos assim, para o bem.
O último impulso virtuoso veio na Constituição de 1988. Eram os bons tempos em que as forças autodenominadas democráticas ocupavam-se da remoção da herança ditatorial. Mas de lá para cá quem pega o manche encontra ambiente cada vez mais favorável para agir como se jamais fosse deixá-lo. E não tem qualquer interesse em mudar as regras contra si próprio.
Nem seria natural. A democracia não é operação acadêmica, ou fruto de conciliábulos. Seu vigor está diretamente relacionado à quantidade de energia social empregada na sua construção e consolidação. O poder precisa ser confrontado, em benefício da coletividade. Entre nós, para dizer o mínimo, não há grande preocupação com o assunto. O fenômeno tem raízes históricas bem determinadas.
O governo Luiz Inácio Lula da Silva emprega todos os meios estatais para clonar-se rumo aos próximos quatro anos. Não falo aqui da tal “campanha antecipada” ou de irrelevâncias do mesmo naipe. O Estado brasileiro tem instrumentos bem mais eficazes de autorreprodução. Tampouco faço juízos. Para isso existe a Justiça, inclusive a Eleitoral.
Lula utiliza o poder para eleger a sucessora, e o faz sem medo de ser feliz. Fernando Henrique Cardoso utilizou-o quando, como czar econômico do governo Itamar Franco, produziu a extensão ampliada do próprio poder pelo mandato seguinte. Ou quando aprovou a reeleição para si próprio.
Naquelas épocas o PT decidiu apostar no caminho teoricamente mais difícil: opor-se.
Deu-se bem no fim.
Paradoxalmente, talvez o PT tenha então prestado um serviço à democracia brasileira.
Já que se autolimitar não é da natureza do poder, uma oposição clara e firme acaba sendo essencial para o ambiente democrático, pela produção de vetores de equilíbrio político.
Por que Lula está tão forte e pode dar-se ao luxo de um comportamento imperial, sem freios? Em primeiro lugar porque o governo dele apresenta resultados que agradam à maioria da população. Mas isso não seria suficiente se ele enfrentasse resistência digna do nome.
Ao longo destes quase oito anos, a oposição potencial a Lula oscilou entre surtos de histeria udenista e o simples adesismo.
Nunca foi consistente. Ser consistente não é ser barulhento.
Consistência aqui é algo mais relacionado à capacidade de produzir movimentação e sedimentação política tangíveis.
A atual oposição leva uma desvantagem fundamental na comparação com o então oposicionista PT: ela e sua turma dependem muito mais do Estado do que dependiam na época as bases do petismo. Em linguagem automobilística, a oposição perdeu rendimento nos últimos anos porque uma parte da sua potência dissipou-se nos atritos internos. Mas também porque suas fontes de alimentação foram cuidadosamente cooptadas pelo governo, com os instrumentos de praxe.
O PSDB nunca conseguiu atrair de verdade as bases sociais petistas, apesar de adulá-las. Mas a recíproca não vem sendo verdadeira. Sem contar o efeito-temor. Nem todo mundo está propenso a enfrentar um governo que desconhece limites no uso da força estatal contra os adversários (ou contra os aliados, se necessário). Aliás, quase ninguém está. Nem aqui nem em lugar nenhum. Ainda mais quando o país vai bem.
Para a oposição, este processo eleitoral é uma batalha morro acima. Haverá mortos e feridos em profusão. Mas ela prestará um serviço ao país. Porque finalmente se verá algo parecido com uma oposição. Qualquer que seja o resultado.
Tese sem rumo Uma herança bendita do governo Lula vai ser o arquivamento da reforma trabalhista, a outra maneira de dizer “abolição de direitos trabalhistas”. Com a criação de empregos formais às pencas, a tese anda meio sem rumo. Ainda que o próprio Lula tenha prometido implementá-la. Jamais se provou que reduzir encargos levaria a criar mais empregos. E a (má) experiência do programa Primeiro Emprego desautoriza otimismo ingênuo a respeito.
O governo Lula emprega todos os meios estatais para clonar-se rumo aos próximos quatro anos. E não falo aqui da tal “campanha antecipada”

SPONHOLZ

Eleitor ficha-limpa

Eleitor ficha-limpa

Dalmo Dallari, Jornal do Brasil  00:28 - 16/07/2010
RIO - No Estado democrático moderno a manifestação da vontade do eleitor tem importância fundamental, pois sem ela não pode existir um sistema político verdadeiramente democrático. Com efeito, embora tenham ocorrido avanços no sentido da ampliação e efetivação de mecanismos de democracia direta, como está evidente na Constituição brasileira de 1988, ainda existe amplo contingente de decisões de interesse público que devem ser tomadas sem a possibilidade de prévia consulta aos governados ou sem que estes possam participar direta e imediatamente do ato decisório. Essa dificuldade já foi reconhecida na Inglaterra no fim do século 17, quando a burguesia conseguiu ampliar seu direito de participação no Parlamento e se definiu a superioridade da Câmara dos Comuns, órgão político dos burgueses, em relação à Câmara dos Lordes, onde tinha assento a nobreza. A necessidade de tomar decisões com grande frequência fez com que a burguesia, mais preocupada com a gestão de seus negócios, mas querendo participar do governo, enviasse representantes para o Parlamento, estando aí o nascedouro da Democracia Representativa.
  Esse mecanismo foi ampliado no século seguinte, com as revoluções burguesas da América do Norte e da França, dando ensejo a uma rica teorização, que foi sendo aperfeiçoada com a expansão dos ideais democráticos e o aperfeiçoamento dos mecanismos de escolha dos representantes e do relacionamento destes com os representados. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela ONU em 1948, fez referência expressa a esse direito de participação no governo em seu artigo XXI, nos seguintes termos: “Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos”.
Aí está um direito fundamental da cidadania: o direito de participar, por meio do voto, no governo de seu país. O que tem acontecido na prática é o desvirtuamento desses preceitos, mediante coação ou outras formas de corrupção, artifícios utilizados por políticos arbitrários ou simplesmente corruptos desprovidos de padrões éticos, para anular a vontade dos governados e assim impedir a prática da democracia. Políticos corruptos exploram a situação de pobreza e inferioridade social dos eleitores, ou simplesmente a inconsciência e o egoísmo dos que, visando algum benefício pessoal, vendem ou cedem ingenuamente o seu direito de independência política. Buscando, sem qualquer escrúpulo, seus proveitos pessoais, anulam, de vários modos, o direito de livre escolha dos eleitores. Há os que compram diretamente e sem rodeios esse direito, outros cobram uma compensação por benefícios que concederam como ocupantes de um cargo público, apelando para o sentimento de gratidão dos eleitores, outros fazem promessas enganosas e demagógicas para os eleitores ingênuos ou egoístas. E assim os eleitores perdem o seu direito de participação no governo e são mal governados, sendo vítimas de seus próprios erros decorrentes de inconsciência ou egoísmo. Por tudo isso, é extremamente importante aproveitar este momento eleitoral e desencadear uma vigorosa campanha de esclarecimento, cobrando do eleitor uma atitude honesta e responsável, dizendo-lhe que não venda o seu direito de cidadania nem o troque por favores pessoais, pois seu direito eleitoral é também seu dever e sua responsabilidade, instrumento para a construção de uma sociedade justa e democrática. A aprovação da Lei da Ficha Limpa, a partir da iniciativa de eleitores, suplantando as resistências no Congresso e no Supremo Tribunal Federal, é um fato muito positivo, que deixa evidente a possibilidade de banir da vida pública brasileira os corruptos de todas as espécies.
Dalmo Dallari é professor e jurista.

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