sexta-feira, agosto 20, 2010

Ciganos e judeus: o racismo de volta

Ciganos e judeus: o racismo de volta

Renato, para A Cidade (Rio Preto)

Para Magnoli, 'democracias plebiscitárias' são ameaça

Para Magnoli, 'democracias plebiscitárias' são ameaça

O ESTADO DE S. PAULO
Segundo ele, avança no continente a teoria de que a imprensa não é um mediador, mas um partido, um jogador da política
Wilson Tosta / RIO
No painel O futuro da democracia e o jornalismo, na abertura do 8.º Congresso Brasileiro de Jornais, o sociólogo e colunista do Estado Demétrio Magnoli disse ontem que a imprensa não se deu conta de que virou pauta em razão do momento político da América Latina. Segundo ele, a emergência de "democracias plebiscitárias" na região cria a teoria de que a imprensa não é um mediador, mas um partido político, um jogador da política.
Essa concepção, segundo ele, é a base de projetos de jornalismo estatal feito por empresas que não são de comunicação e estão se associando ao Estado - como as teles brasileiras - para dizer o que o Estado quer que seja dito.
"O projeto da tirania plebiscitária exige a eliminação do mediador, que é, no fundo, a eliminação da opinião pública", afirmou. Isso significa, segundo ele, "eliminar a imprensa e fazer com que o Estado converse diretamente com os cidadãos".
Magnoli citou como exemplo o Blog da Petrobrás. "Não tenho nada contra nenhuma empresa ter o blog da sua empresa. O problema é a teoria de que estava na hora de o Estado fazer a notícia, a empresa vai dizer a verdade diretamente, passando por cima dessa gente que quer manipular a verdade e não quer deixar o povo ouvir a voz do Estado."
Segundo Magnoli, o projeto gerado pela teoria da imprensa como partido tem "como epítome a Telesur, da Venezuela", e, no Brasil, o canal estatal TV Brasil. Ele explica que a ideia, nesses casos, é criar uma imprensa alternativa feita basicamente por empresas de telecomunicações "que se associam politicamente ao Estado para produzir notícias" e para "dizer aquilo que o Estado quer que seja dito".
O diretor de Redação do jornal Folha de S. Paulo, Otavio Frias Filho, manifestou preocupação com a ação de presidentes plebiscitários sul-americanos, como Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia) e Rafael Correa (Equador). Segundo ele, o principal perigo que ronda as democracias é o da ditadura da maioria. Para ele, exercer jornalismo crítico é mais difícil quando se está sob um governo popular, com maior capacidade de intimidar. "Não vejo uma reação muito diferente entre o general Figueiredo, na época em que era presidente, e o presidente Lula hoje, no que diz respeito à insatisfação cada vez que são objeto de algum tipo de crítica."
Otimismo
Joshua Benton, da Universidade Harvard, se disse otimista quanto ao futuro dos jornais tradicionais. Ele lembrou que, no passado, revoluções semelhantes também já geraram previsões catastróficas

Marina, verde é a última que morre!

A criança, além dos discursos políticos

A criança, além dos discursos políticos

Siro Darlan *, Jornal do Brasil
RIO - Os políticos se esmeram em seus discursos e compromissos na busca de seduzir os leitores para o gozo de mais um mandato eleitoral. Os jornais se revezam nas manchetes que mostram cada vez maior o fosso entre esses discursos e a realidade que atinge diariamente a parcela da população mais desvalida: crianças e adolescentes.
Apesar de gozarem de prioridade absoluta na elaboração e execução de políticas públicas no texto constitucional, quase nunca são contempladas nos orçamentos públicos pelos administradores que têm o dever de garantir proteção integral aos cidadãos infanto-juvenis.
Enquanto a catilinária se repete a cada quatro anos, estão fora da escola pelo menos 72 milhões de crianças em idade para cursar as séries do ensino fundamental. Estima-se que há 166 milhões de crianças trabalhadoras no planeta. Cerca de 221 milhões de crianças falam em casa uma língua diferente da ensinada na escola. A subnutrição afeta cerca de 175 milhões de crianças pequenas a cada ano (um terço de todas as crianças dos países em desenvolvimento), o que torna o tema como uma emergência de saúde e educação. Existem cerca de 759 milhões de jovens e adultos analfabetos (16% da população mundial).
No Brasil, a situação não é menos pior, já que, embora pentacampeão mundial de futebol, ficou em 54º lugar em matemática e na 49ª posição em leitura quando confrontado com outras nações, atrás de países latino americanos como Argentina, Chile, México e Uruguai.
Somente 18,1% das crianças de zero a 3 anos de idade são atendidas em creches. De cada 100 alunos que entram na primeira série, apenas 80 chegam à quinta série. E apenas 53,8% das que ingressam no ensino fundamental chegam a concluí-lo, sendo que para o Nordeste essa estimativa é de apenas 38,7%, contra 69,1% no Sudeste. Metade dos alunos do ensino fundamental (50,5%) estuda em escolas que não possuem biblioteca.
Entre 20% mais pobres na faixa de 15 a 17 anos, apenas 24,9% estão matriculados; enquanto entre 20% mais ricos 76,3% frequentam o ensino médio. Na educação infantil, a taxa de professores não habilitados em nível médio, mínimo exigido na Lei de Diretrizes e Bases, é de 14,4%. Nas primeiras séries do ensino fundamental, 47,3% dos professores não possuem habilitação em nível superior; e dos que lecionam nas últimas séries, o percentual é de 19,6%. No ensino médio, 11,7% não possuem habilitação.
O índice de analfabetismo entre pessoas com 15 anos ou mais é de 10% (13,9 milhões de pessoas); 69,4% são negros; 7,6 milhões estão no Nordeste.
Toda essa tragédia ocorre no Brasil, onde o investimento na criança e no adolescente é um traço nos orçamentos públicos, e no Rio de Janeiro o Ministério Público impede que os Conselhos de Direitos promovam o investimento dos recursos do Fundo para Infância e Adolescência em favor de políticas públicas que venham a mudar esse quadro de exclusão social pelo analfabetismo. Apenas uma empresa, a Petrobras, deixou de investir este ano no FIA R$ 8 milhões por força da pressão que exerce a Promotoria contra seus técnicos e servidores.
A atuação de algumas promotoras de justiça que, com o conhecimento da lei, já que são fiscais da mesma, e propuseram uma ação civil pública direcionada para juízo incompetente e lá obtiveram uma liminar, já cassada em segundo grau, que impediu o Conselho de Direitos do Rio de Janeiro de promover uma licitação pública para escolha dos projetos que melhor se adequem ao plano de ação e de aplicação aprovado pelos conselheiros de Direitos, foi lamentável e condenável diante desse quadro de abandono em que se encontram crianças e adolescentes.
Crianças que sofrem toda forma de negligência, exploração e violência são o que se vê diariamente no noticiário. Os recursos existem e podem ser direcionados para a solução de alguns desses problemas, e o sistema criado pelo legislador permite que o cidadão participe da deliberação e controle da aplicação desses recursos através da deliberação dos Conselhos de Direitos da Criança e do Adolescente como se faz em diversos estados da Federação.
Urge que o Judiciário se pronuncie decidindo logo esse impasse que permita a participação popular e democrática na deliberação da aplicação do orçamento do Fundo da Criança no segmento que, conforme reza a Constituição, goza de prioridade absoluta na aplicação de seus direitos fundamentais. E não pode ser vítima de nenhuma negligência, violência ou exploração.
No momento em que o país se prepara para sediar os maiores eventos esportivos do planeta é hora de destinar grandes investimentos na área da educação, a mais sensível para que haja respeito aos direitos fundamentais de crianças e adolescentes, e um programa de orientação e apoio para as famílias de crianças em situação de risco pessoal e social. Antes mesmo de torcermos pelos gols da Seleção nacional é preciso que todos unissonamente comemoremos um gol pela educação.
* Além de desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Siro Darlan é membro da Associação Juízes para a Democracia.
21:54 - 19/08/2010

Eder, para o Comércio Araraquara

GRAND CANYON NO BRASIL

GRAND CANYON NO BRASIL

Setor aéreo já enfrenta falta de piloto de helicópteros

Setor aéreo já enfrenta falta de piloto de helicópteros
As empresas de táxi aéreo já enfrentam dificuldade para preencher vagas de pilotos e copilotos de helicóptero.
Custo elevado de formação, dificuldades de certificação e crescimento da demanda devido ao pré-sal são alguns dos fatores que explicam o problema, diz a Abraphe (Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero).
O comandante Rodrigo Duarte, diretor da Abraphe, afirma que há um deficit de ao menos 30 comandantes para helicópteros de grande porte em rotas do petróleo.
Um dos entraves para o aumento da mão de obra no segmento é o nível de exigência definido pela OGP, a associação internacional de produtores de óleo e gás.
No caso da Líder Aviação, que tem participação de 42% nesse segmento, os copilotos precisam ter um mínimo de 500 horas de voo, e os comandantes, de 2.000 horas.
O setor investe na aquisição de aeronaves maiores e mais eficientes para o pré-sal. A Líder trouxe três helicópteros S-92, com capacidade para até 21 passageiros.
Henri Fazzioni, chefe da divisão de ensino da OMNI Táxi Aéreo, afirma que as empresas terão de fortalecer os centros de ensino.
A Omni abriu uma escola de formação há um mês. "Preciso muito de pilotos. Estou procurando 12 para contratar, mas não tem no mercado", disse Fazzioni.
Empresas já recusam pedidos de serviço por falta de profissionais, observa Fernando dos Santos, superintendente do Sneta (Sindicato das Empresas de Táxi Aéreo). "O quadro irá se agravar, se observada a idade média dos pilotos. Boa parte tem idade superior a 50, 60 anos."
Ainda de acordo com o Sneta, existem 150 helicópteros voltados para as atividades petrolíferas. Nos próximos cinco anos, de 60 a 70 aeronaves serão incorporadas a essa frota.
Segundo Sérgio Zanchetti, da escola para pilotos Go Air, a falta de profissionais já se reflete nos salários. Ele afirma que, com um salário médio de R$ 15 mil, alguns comandantes já recebem um valor 15% a 20% maior.
Zanchetti lembra que o mercado de São Paulo, que concentra 40,8% da frota de helicópteros do país, também deverá sentir os efeitos da escassez de profissionais.
"Com a quantidade de helicópteros que as empresas estão encomendando, vão faltar mais pilotos dentro de três anos", disse.
A HeliSolutions, que trabalha com o sistema de propriedade compartilhada de helicópteros (os sócios dividem o uso do aparelho), afirma que o mercado não consegue suprir a demanda por profissionais qualificados.
De 2009 para cá, a demanda por piloto aumentou 25%. A empresa deve receber mais três helicópteros neste ano. – Fonte: UOL Notícias

É inútil querer calar a imprensa

É inútil querer calar a imprensa
Editorial, Jornal do Brasil
RIO - Quando se imagina que a globalização e a circulação da informação nas ondas da web transformarão o planeta num lugar melhor para se viver, somos surpreendidos com atos que nos remetem a tempos de trevas. Primeiro, no Oriente Médio, com o caso esdrúxulo de uma mulher que seria apedrejada por adultério. Agora, a censura pesada à imprensa na Venezuela do aventureiro Hugo Chávez.
Ao ver a primeira página do jornal El Nacional, de Caracas, em sua edição de quarta-feira, foi quase impossível não nos remetermos ao auge da ditadura militar brasileira, quando os jornalistas viviam sob tacanha vigilância – entre outros que sofreram estavam os jornais O Estado de S. Paulo e este Jornal do Brasil.
A reportagem censurada mostrava mais ingredientes da propalada violência que toma conta da Venezuela – e que o ditador quer ver sob o tapete. Segundo várias pesquisas de opinião, a violência urbana é o problema que mais aflige a população local. A movimentação de Chávez no sentido de cobrir o sol com a peneira explica-se (mas não se justifica) com a proximidade das eleição legislativas no país.
Para se ter uma ideia da complexidade da questão, na semana passada, durante o mundial feminino de beisebol, em Caracas, uma bala perdida atingiu uma atleta de Hong Kong – que abandonou a competição e foi embora do país – na partida contra a Holanda. Uma interessante comparação mostra que o Rio de Janeiro, onde a violência também é presente, a média de homicídios é de 32 por 100 mil habitantes. Na Venezuela é mais do dobro: 70. Se restringirmos os números a Caracas, chegaremos a estratosféricos 200 mortos por 100 mil habitantes.
O mais incrível é que Hugo Chávez, figura que tem vários defeitos mas que não parece ter pouca inteligência, ache que pode calar a voz da imprensa – e, por tabela, das ruas – censurando esta ou aquela foto, esta ou aquela matéria. Outra coisa incrível é como esse castelo de cartas ainda consegue ludibriar tanta gente, que vai às urnas avalizar a violência.
A atitude foi de um primarismo atroz. Se não tivesse impedido a publicação da foto de vários cadáveres no necrotério municipal de Caracas, Chávez ainda poderia ter tirado proveito da situação, acusando a mídia de exagero, de agressão gratuita, de mau gosto – até porque, convenhamos, dificilmente algum editor optaria por publicar uma foto grotesca como a que deixou de sair, caso também não quisesse provocar. E ainda por cima não chamaria o mandatário venezuelano à atenção de todo o mundo.
Fazendo o que fez, Chávez não tem desculpa. Colocou suas impressões digitais numa atitude condenável. Foi ele o censor, é ele que só deixa circular o que quer. E é, portanto, nele que qualquer um que defenda a democracia e as liberdades individuais deve ficar muito de olho.
21:53 - 19/08/2010

Erasmo, para o Jornal de Piracicaba

País tem mais de 16 mil linhas sendo monitoradas

O ARAPONGA E A JUSTIÇA

País tem mais de 16 mil linhas sendo monitoradas

De acordo com dados do Sistema Nacional de Controle de Interceptações Telefônicos, há mais de 16 mil linhas telefônicas sendo monitoradas em todo o país. Somente no primeiro semestre deste ano, o número de linhas em monitoramente saltou de 11.946 em janeiro, para 18.271 em maio.
“Os dados comprovam que não há um estado policial no Brasil”, comenta o corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp. Segundo ele, o controle sobre a utilização das escutas, por meio do sistema, evita a banalização da técnica que é essencial na investigação de crimes de alto potencial ofensivo.
São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul são os estados onde, em geral, existe uma maior quantidade de linhas telefônicas monitoradas. Pelo balanço, cerca de 5,4 mil telefones são monitorados por decisão dos Tribunais de Justiça desses estados, o que equivale a mais de 40% de todas as escutas autorizadas pela Justiça Estadual no período. Segundo o ministro Dipp, o número elevado de interceptações nesses estados se deve, em parte, ao fato de eles fazerem fronteira com outros países, ou, no caso de Rio e São Paulo, por abrigarem os dois maiores aeroportos internacionais do país, o que favorece crimes como tráfico de drogas e contrabando.
Aumento
Em junho deste ano, a quantidade de linhas monitoradas no país foi cerca de 45% maior do que o número registrado no mesmo período do ano passado, quando havia 11.350 escutas em andamento. O aumento, segundo Dipp, pode refletir o incremento no número de inquéritos e processos penais que necessitam da ferramenta, resultante do provimento de comarcas e maior especialização em matéria penal. As interceptações telefônicas são utilizadas em investigações de maior complexidade, que envolvem organizações criminosas, como tráfico de entorpecentes, fraude na previdência, crimes financeiros, pirataria, roubo de cargas, sequestro, entre outros.
A Justiça Estadual é responsável por autorizar a maior parte dos monitoramentos telefônicos em andamento no país: 13.194, contra 3.232 da Justiça Federal. Entre os Tribunais Regionais Federais (TRFs), o da 1ª Região lidera a lista, com 1.347 escutas em andamento. Decisões dos TRFs da 3ª e da 4ª regiões, que englobam a região sul e os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, são responsáveis por 1.628 monitoramentos. 
Controle
Desde que foi implantado, o cadastro demonstra que o número de escutas telefônicas no Brasil é bastante inferior ao divulgado pela CPI dos grampos em 2008, que informava a existência de 400 mil linhas interceptadas em todo o país. Segundo o corregedor nacional de Justiça, a divulgação desse número motivou a criação do cadastro, o que têm garantido maior controle sobre a utilização da ferramenta fundamental em investigações mais complexas. “Havia uma incompreensão dos dados e falta de critérios para computar as interceptações. Muitas vezes não eram levados em conta os inquéritos já arquivados”, explica o ministro. Com informações da Assessoria de Imprensa do CNJ.

J. Bosco, para O Liberal

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