domingo, junho 26, 2011

Newton Silva - Charge

Impossível guardar segredo


Impossível guardar segredo
ZUENIR VENTURA - O GLOBO - 25/06/11
Antes, foi o Wikileaks, que mostrou como era possível revelar documentos confidenciais que se acreditavam secretos, vazados de governos ou empresas. Agora, são os hackers de um certo grupo autodenominado Lulz Security, que estão promovendo uma espécie de terrorismo virtual. Depois de atacarem servidores da CIA, FBI, Sony e das tevês Fox e PBS, passaram a praticar atentados entre nós por meio de uma inédita avalanche de acessos - só em uma madrugada houve mais de dois bilhões, sendo 300 mil ao mesmo tempo. Utilizando o seu braço nacional LulzSecBrazil, invadiram sites como o da Presidência da República, Petrobras, Receita Federal, Portal Brasil, Secretaria de Comunicação, Ministério dos Esportes, Senado, IBGE, além de postarem em uma rede social link com supostos dados pessoais da presidente Dilma Rousseff e do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que reagiu assim: "Quero manifestar publicamente minha indignação. Isso mostra o quanto é necessário investir em tecnologia para blindar nosso mundo digital."
Realmente, por mais que autoridades procurem tranquilizar a população afirmando que não chegou a haver violação de dados e que não há perigo disso, os cyberataques tornaram evidente a vulnerabilidade dos sistemas de segurança da Web e a impossibilidade de se guardar segredos, seja no plano institucional, seja no pessoal. Vivemos de fato num mundo definitivamente escancarado, menos pelo saudável desejo de transparência e mais pelo gosto de fuçar o escondido, de espiar pelo buraco da fechadura (não esquecendo o Big Brother de "1984", de George Orwell, primeiro a decretar o fim da privacidade).
Por isso é que se trata de um atentado à memória nacional essa história de "sigilo eterno" para documentos públicos secretos - além de inútil. Será que os senadores Fernando Collor e José Sarney, principais defensores da ideia (Dilma já foi contra, depois a favor, agora de novo contra), acreditam na possibilidade de segredo para sempre? Será que acham mesmo que um mau passo dado no passado ou uma zona de sombra encoberta podem ser escondidos ad infinitum? Nunca ouviram falar em retorno do recalcado, isto é, a volta com mais força do que se tentou soterrar? Pode até demorar, assim como foram precisos mais de cem anos para se descobrir que o homem do famoso autorretrato da "orelha cortada" não era Van Gogh, mas seu irmão Theo. Custa, mas se descobre.
Guardar documento confidencial em um arquivo equivale a confiar segredo pessoal a um amigo. Como advertiu Mário Quintana no "Poema da discrição":
"Não te abras com teu amigo
Que ele um outro amigo tem
E o amigo do teu amigo
Possui amigos também."

Ideologias

Ideologias
MERVAL PEREIRA - O GLOBO - 26/06/11
A coalizão partidária que apoia o governo de Dilma Rousseff é a mais abrangente já organizada desde a redemocratização do país, unindo um leque amplo de partidos que vai, na teoria, da extrema-direita à extrema-esquerda, embora no Brasil seja difícil colocar-se partidos nos extremos do espectro político.
O PP tem características de extrema-direita quando o deputado Jair Bolsonaro radicaliza nas suas campanhas homofóbicas, ou defende a tortura como método de repressão política, mas não assume essas ideias como metas partidárias.
O PCdoB poderia ser classificado de extrema-esquerda, mas como se vê no debate sobre o novo Código Florestal, pode fazer acordos com os ruralistas na defesa mais abrangente da garantia da produção nacional de alimentos.
A disputa entre o Democratas e os dissidentes que deixaram o partido para formar o futuro PSD liderado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, demonstra que o espectro político que ocupa a centro-direita ainda pode ser um bom nicho eleitoral, embora nenhum político ouse assumir tal identificação.
O ex-deputado federal José Carlos Aleluia, na época em que foi líder do extinto PFL, chegou a esboçar uma definição mais explícita da posição doutrinária do partido, afirmando que pretendia ocupar o espectro político do centro para a direita.
Hoje, mesmo sem mandato, continua fazendo parte do grupo que "pensa" o Democratas, e acredita que o partido tem um papel "central" na política do país, evitando o termo "direita".
Já o deputado federal Chico Alencar, do PSOL do Rio, acha que problema maior do que partidos não se assumirem como de direita é "partidos que deixaram os princípios da esquerda não reconhecerem isso".
Ele diz que os que classificam o PSOL de extrema-esquerda "quase sempre são aqueles que ainda enxergam, com óculos de lentes interessadas, postura de esquerda no PT, PCdoB, PSB, PDT".
Chico Alencar define como "princípios da esquerda" a aposta na radical igualdade entre os seres humanos, respeitada sua diversidade, e sua viabilização na igualdade de oportunidades, através do que chama de "democracia de alta intensidade", de participação popular permanente, da socialização dos grandes meios de produção e dos meios de governar.
A busca do socialismo, que ainda consta do ideário do PT, por exemplo, seria, para Alencar, "obra de longo prazo histórico, a ser construída por milhões de cidadãos conscientes - sob pena de ser um arremedo autoritário de socialismo, com suas "dachas" e "nomemklaturas", como tantas vezes já aconteceu".
Segundo ele, muitos partidos com socialismo no nome, ou no programa, não têm hoje qualquer compromisso com esse projeto: "flexibilizaram fronteiras éticas e ideológicas, curvaram-se à lógica pragmática do poder. E, assim, vão sendo deteriorados pelo clientelismo, pelo fisiologismo, pelo patrimonialismo, pelas campanhas eleitorais milionárias com cabos eleitorais pagos - o que antes era uma heresia".
O deputado Chico Alencar cita o caso Palocci, a quem classifica de "próspero dirigente do PT", como o exemplo mais recente desta degradação. Mas cita também "o jovem Gabriel Chalita, tido como promissor quadro político, originário do PSDB, eleito deputado federal pelo PSB e agora no PMDB", que para justificar essas mudanças, alega que "todos os partidos são iguais".
Na análise de Chico Alencar, há, no Brasil, um "centrão conservador" que cria identidade, de fato, entre PT/PMDB e seus caudatários e PSDB/DEM e outros; entre governo e oposição conservadora. Inclusive em grave naturalização da corrupção, com um polo anulando a crítica do outro, por inautêntica.
"O anódino PSD de Kassab, onde tudo cabe, é expressão dessa descaracterização (hegemônica) política". Para ele, "os gatos podem se parecer pardos, mas não são, e nem cabem, todos, no mesmo saco, embora estejam, em conflito, na mesma cena política institucional".
O ex-deputado José Carlos Aleluia entende que as críticas aos partidos políticos "refletem o desconforto geral com a insensibilidade da classe política no que respeita à reforma política - ignorando solenemente que no governo representativo a democracia se exerce através de partidos políticos - e não há por que multiplicá-los".
Em termos programáticos, diz ele, devem advogar determinado modelo de sociedade, que não são muitos. Aleluia reivindica para seu partido "a procura de formas de melhorar a qualidade do processo político, inclusive não nos limitando à atuação legislativa".
Ele destaca que decorreu de iniciativa do Democratas a decisão do Supremo Tribunal Federal de que o mandato pertence ao partido, "oficializando nosso entendimento, nos termos da Constituição".
Graças a tal decisão, destaca Aleluia, passou a vigorar o princípio da fidelidade partidária, "sem dúvida grande avanço".
Ele ressalva que, a partir da criação da Frente Liberal "que viabilizou a transição pacífica dos governos militares, através da eleição de Tancredo Neves", seu partido nunca pretendeu se situar à esquerda do espectro político, nem sequer se confundir com a social democracia.
"Na verdade, ocupamos um papel central na vida política do país, assegurando a convocação da Assembleia Constituinte, compromisso que havíamos assumido no processo de abertura; alertando a Nação para os retrocessos que a Carta inseria e corrigindo-os, quando se apresentou a oportunidade".
Aleluia, depois de destacar que seu partido sempre trabalhou para garantir o funcionamento das instituições democráticas, diz que o Democratas mantém "os mesmos princípios e a determinação de construir uma nação onde o estado seja regulador e não protagonista em áreas em que a iniciativa privada é mais competente e tem mais a contribuir com o Brasil. Entendemos que o Estado deve cuidar prioritariamente da educação, da saúde e da segurança dos brasileiros".

Myrris - Charge

A ousadia do moleque


A ousadia do moleque
RUTH DE AQUINO - REVISTA ÉPOCA - raquino@edglobo.com.br
Lindoooo. Mlk, arrebentaaaa. Na linguagem dos fãs no Twitter, estamos falando do “muleke” Neymar. O moicano de 19 anos que bordou nas chuteiras seu lema: ousadia num pé, alegria no outro. Com seus dribles de gênio e saltos de bailarino, esse menino de Mogi das Cruzes libertou no campo o orgulho brasileiro, contra os perdidos uruguaios. “Tu, em campo, parecias tantos, e, no entanto, que encanto! Eras um só.” Os versos são de Armando Nogueira, dedicados a Nilton Santos. Vale roubar a rima nesta semana de poesia, porque Neymar também tem Santos no sobrenome.
Neymar é “da Silva Santos” e por isso levará o nome do clube de batismo para onde for, na certidão e no passaporte. Mesmo quando for sequestrado pelos bárbaros do Norte. É Neymar da Silva Santos Júnior, mas o chamam de rei da América e do mundo. “E as palavras, eu que vivo delas, onde estão?”, perguntou Armando Nogueira ao descrever o transe da multidão em torno de Tostão, no fim da Copa de 1970. Onde estão as palavras para descrever a saudade antecipada desse garoto que reinventa o chute, desvia o trajeto lógico da bola e faz um gol tão seco e desconcertante que o goleiro do Peñarol se pergunta se seu reflexo falhou? Porque o Sosa ainda esbarrou na bola. Mas ela serpenteou com veneno divino para o canto do gol até beijar a rede por dentro.
“Estando alegre, as coisas acontecem naturalmente. Ainda mais sendo ousado, partindo para cima do adversário. Foi isso o que o nosso time fez.” Neymar disse isso em abril, quando o Santos venceu o São Paulo. Naquele jogo, não fez gols, mas ajudou Elano e Ganso a marcar. “O entrosamento é tudo. Só de olhar, já sabia onde o Ganso estava.” Agora, na final da Libertadores, no Pacaembu, os amigos deram o troco. Ganso recebeu a bola de Arouca e devolveu de letra. O volante Arouca esticou para Neymar à esquerda. O camisa 11 tinha tantas opções na cartilha dos treinadores. Poderia avançar mais em direção ao gol. Ou enfeitar. Mas, naquela fração de segundo em que o craque não pensa, só mira, ele surpreendeu a Muricy e a todos com o chute rasteiro, preciso e rápido.
Com dribles de gênio e saltos de bailarino, Neymar deu um show no campo. Dá para ele continuar como é?
Quase fez mais um, no finalzinho, aos 45, mas uma trave caprichosa tirou dele o título de artilheiro da Libertadores. Deu show para as câmeras e a torcida. Corria meio parabólico, ria, espichava os cabelos. Sem camisa, abaixou o calção e quase tirou a cueca junto. O corpo é esguio, 64 quilos em 1,74 metro, ainda não foi bombado pelo futebol europeu para aguentar o tranco de zagueiros altos. E Neymar se ajoelhou. Chorou aos soluços como só menino chora. Para ser beijado, consolado, mimado pelos adultos. Viajou no dia seguinte com estilo pop. Blazer, boné, calça justinha, brincos em profusão. “A cabeça ainda está um pouco confusa, mas é só felicidade. Já troquei o chip e agora o pensamento é só na Seleção.”
As chuteiras de Neymar não são da humildade. Mas da petulância que deixa irados os adversários com a ingrata missão de marcar seus passos no gramado. Ele foi o atleta que mais driblou e mais sofreu faltas na Libertadores.
Ah, Neymar. Não dá para pedir que você continue como é. Podemos evitar o exílio precoce? Os urubus milionários que falam estrangeiro abriram as portas para você. Os galácticos espanhóis pagam sua multa de € 45 milhões e muito mais. Mas a gente quer que você e Ganso derrotem o Barça de Messi & Cia. no Mundial dos Clubes em dezembro. A gente quer ver você por aqui até a próxima Copa. Não dá para esperar que você se comporte como Nilton Santos, que vestiu por 16 anos a camisa do Botafogo e foi eleito em 1998 para a Seleção do século por jornalistas do mundo inteiro. O mundo é outro.
Mas dá para esperar que você não seja vaiado por se fazer de morto no campo? Que você não inche seus músculos naturais, não engorde com bebida, não se renda ao apelo do cai-cai, não fique acomodado nem marrento com a fama, não vire escravo das baladas e boladas – e não se esqueça da ousadia e alegria? É pedir muito a um moleque que vai ser pai antes dos 20 anos e tem o mundo a seus pés?

Paixão, para Gazeta do Povo


Presos na teia de aranha

Presos na teia de aranha
GAUDÊNCIO TORQUATO - O Estado de S. Paulo - 26/06/11
Vamos ao teste: trata-se de um país que, em poucos dias, registrou nos anais de sua História o seguinte pacote de ilícitos: extorsão contra empresas, fraudes em contratos públicos, falsidade ideológica, abuso sexual de crianças e adolescentes, ocultação de bens, formação de quadrilha, superfaturamento de licitações, enriquecimento ilícito e tráfico de drogas. Uma pista: os indiciados não são pessoas comuns, mas figuras que cumprem a missão de bem servir à comunidade; são autoridades públicas que fizeram o juramento de cumprir a lei, defender valores éticos e morais e dar bom exemplo. Adivinharam onde essa turma se abriga? Não é a Somália, país africano considerado o mais corrupto do mundo. O buraco da corrupção é aqui mesmo, nestas plagas que a ONG Transparência Internacional joga na 69.ª posição entre os países menos corruptos do planeta. Nota do pé do parágrafo: o ranking da criminalidade envolve prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e outras autoridades de diversos Estados brasileiros.
Nunca se viu fila tão extensa de representantes do poder público receber voz de prisão em um único mês, este em curso. Um rápido olhar na galeria flagra, por exemplo, os prefeitos de Abre Campo (MG), de Novas Russas (CE) e de Senador Pompeu (CE), o ex-prefeito de Mirassol (SP), o vice-prefeito de Embu-Guaçu (SP), o prefeito e alguns vereadores de Dom Aquino (MT), o prefeito de Taubaté (SP) e a esposa, o vice-prefeito de Campinas (SP) e a primeira-dama. O desfile de alcaides por corredores do xilindró desperta animação, pela aparente inferência no campo da moral, eis que a máxima de Anacaris, um dos sete sábios da Grécia, começa a ser reescrita por aqui: "As leis são como as teias de aranha, os pequenos insetos prendem-se nelas e os grandes rasgam-nas sem custo". Os nossos grandes agora enfrentam um alto custo. De fato, a moralização de costumes na condução da coisa pública ganha faróis acesos dos órgãos de fiscalização, entre os quais o Ministério Público (MP), o Tribunal de Contas da União e os Tribunais de Contas dos Estados. A questão suscita a dúvida: se o sistema de controles é apurado, por que ocorrem tantas ilicitudes na administração pública?
É oportuno lembrar que a administração abriga uma teia gigantesca de programas e serviços que começam na base do edifício público, constituída por 5.564 municípios, entra pelo segundo andar, onde estão os 27 entes estaduais, chegando ao piso mais alto, dominado pela maior das estruturas, a federal. E esta se espraia por todos os espaços, imbricando-se com outras malhas, formando interesses múltiplos e incorporando parcerias da esfera privada. Identifica-se, aqui, o que Roger-Gérard Schwartzenberg cognomina de o novo triângulo do poder nas democracias, que junta o poder político, a administração (os gestores públicos) e os círculos de negócios. Essas três hierarquias, agindo de forma circular, cruzando-se, recortando-se, interpenetrando-se, passam a tomar decisões que se afastam das expectativas do eleitor. A cobiça dos parceiros - gestores, empreendedores privados e núcleos políticos das três instâncias federativas - dita nova ordem no campo da administração.
Não é fácil separar o joio do trigo e perceber as tênues linhas que distinguem o bem comum do bem privado. A percepção é nítida diante de exageros como casos de superfaturamento, vícios de licitações, apropriação escancarada da coisa pública e flagrantes de ilícitos, por meio de gravações autorizadas pela Justiça. Pode-se aduzir, portanto, que a lupa dos órgãos de controle ajusta mais o foco nessa planilha. Há a considerar, ademais, que os descaminhos na estrada pública têm sido alargados pela evolução das técnicas. A ladroagem, hoje, é embalada por um celofane tecnológico de alta sofisticação, diferente dos costumes da Primeira República, quando a eleição do Executivo municipal assumiu relevo prático. Naquele tempo, o lema da prefeitada era: "Aos amigos pão, aos inimigos pau". O Brasil da atualidade sobe degraus na escada asséptica, apesar das camadas de sujeira que ainda entopem canais da administração pública. O MP acendeu luzes sobre os esconderijos e parece movido por entusiasmo cívico, haja vista a disposição com que se aferra à missão de proteger o patrimônio público e social.
A tarefa de impedir que a teia de aranha seja rasgada pelos grandes exige mais transparência de todas as estruturas públicas. Programas, ações, prazos e recursos devem ser amplamente divulgados. Seria útil que as comunidades acompanhassem de perto o fluxo das obras municipais, a partir de sua descrição em painéis afixados em praças públicas. Entidades do terceiro setor, muitas representando visões e demandas de grupos, poderão colaborar exigindo maior rigor. O fechamento das comportas da ilicitude seria completado por decisões mais ágeis da Justiça. Eis aí um dos impasses. Por ausência de punição ou por saberem que seus processos se esfumarão na névoa do tempo, indiciados continuarão a romper os limites do império normativo. Urge iluminar a escuridão dos porões do poder.
Aos prefeitos do interiorzão, um conselho: façam mais que calçamento e aterro, fontes de corrupção, como explicava, nos anos de chumbo, Drayton Nejaim, que foi deputado pela Arena e prefeito de Caruaru (PE), ao presidente de seu partido, Francelino Pereira: "Fui prefeito da UDN, me acusaram de roubo e eu saí pobre. Foi um sofrimento me eleger deputado e, depois, a minha mulher. Política se faz com muito dinheiro. Vou ser prefeito e sair rico da prefeitura".
Francelino quis saber o truque. Resposta: "Roubando muito". Ante a confissão escandalosa, o interlocutor reagiu, afirmando que o partido jamais iria admitir o crime. Nejaim não deixou por menos: "Não vai haver escândalo, presidente. Farei uma receita perfeita. Calçamento e aterro. Ninguém conta nem fiscaliza calçamento e aterro".
Reelegeu-se. Para fazer o que prometeu.

Skoob

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